terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Jucá e os bancos

Romero Jucá é líder do governo no Senado. Hoje ele é lulista. Há um tempo atrás era da base do governo Fernando Henrique Cardoso. Esta, como posso dizer, mobilidade política já dá uma base da atuação do determinado político.
O senador reconheceu que o governo não cumpriu o acordo feito com a oposição. Mas uma frase dele dita ontem e publicada na imprensa hoje me chamou atenção: O DEM é oposição e está aí para atrapalhar mesmo. Acho estranho agora aparecer gente defendendo os bancos. Desde a época da discussão sobre a CPMF que os petistas acusavam a oposição de querer favorecer os bancos. Jucá, para mostrar que é governista fiel, segue o mesmo discurso. Algo me dizia que Romero Jucá e os bancos tinham algo em comum. E não é que minha intuição estava certa? Achei uma reportagem do site G1 que mostra que o senador estava sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal por denúncias feitas na época em que Jucá era ministro da Previdência de Lula e por irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco da Amazônia para a empresa Frangonorte, em 1995, quando Jucá era sócio da empresa. Abaixo copio e colo a reportagem do site G1 do dia 17 de julho de 2007 e assinada por Maria Angélica Oliveira:

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) é investigado nos inquéritos 2221 e 2116, que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), ambos sob segredo de Justiça.

O primeiro processo corre em segredo de Justiça e apura denúncias feitas quando Jucá era ministro da Previdência Social, em 2005.

Ele é investigado por suspeita de irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco da Amazônia (Basa) para a empresa Frangonorte entre 1995 e 1996. À época, Jucá era sócio da empresa.

As suspeitas se referem a alterações contratuais na empresa e a empréstimos no total de R$ 1,5 milhão feitos pelo Basa mesmo com a Frangonorte estando registrada no Cadastro de Inadimplentes (Cadin).

Já o outro inquérito investiga o senador por suspeita de desvio de verbas federais para obras no município de Cantá (RR).

Segundo informações do site do STF, Jucá seria citado em gravações telefônicas entre o prefeito da cidade à época e um empreiteiro como sendo beneficiário de uma parte da propina que a empresa teria que pagar ao município para conseguir o contrato da obra.

O caso foi denunciado pela Central dos Assentados de Roraima, que entregou a fita com a conversa.

Outro lado

O advogado Leandro Benfica Rodrigues, que defende o senador, afirma que Jucá não é citado nominalmente no diálogo gravado entre o prefeito do município de Cantá e um empreiteiro. "Eles se referem a apenas um senador", disse ao G1.

Rodrigues atribui as denúncias à disputa política em Roraima, mas não soube informar se, à época, o senador havia destinado verbas para o munícipio por meio de emendas parlamentares. Disse que a pergunta não era "pertinente em relação ao fato".

"O senador agora, como líder do governo, e antes, do Senado, capitaneia sim algumas emendas, não só para municípios de Roraima, mas para diversos outros, inclusive a pedido do governo. Uma das funções dele é essa, sem qualquer envolvimento pessoal".

A respeito do caso envolvendo a Frangonorte, o advogado afirma que o senador foi sócio cotista da empresa, mas não figurava como gerente da empresa na época em que o empréstimo foi tomado.

Segundo Rodrigues, ao contrário de ser beneficiário, Jucá foi avalista do empréstimo, colocando bens em garantia para o banco.

Questionado então sobre o porquê de o senador ter sido avalista, o advogado respondeu que "não é justo que se pergunte a alguém os motivos pelos quais ele exerce um direito. É direito dele. E ele não recebeu dinheiro do banco. Ao contrário, ele garante uma dívida para o banco".


Jucá acha estranho aparecer gente defendendo os bancos. Eu também. Acho estranho num governo petista, que se dizia inimigo mortal dos banqueiros, deixar que o lucro dos bancos batesse recorde atrás de recorde. Numa entrevista à Caros Amigos em 2000, o então falastrão de honra do PT dizia que os banqueiros deveriam temer o PT. Que nada! O PT é amigo, é companheiro dos banqueiros. Tão companheiro como o senador Romero Jucá.

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