sábado, 12 de janeiro de 2008

Senador diz que "está lendo" sobre energia

Por Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

No momento em que o país começa discutir a possibilidade de racionamento de energia e até de apagão, o senador Edison Lobão (PMDB-MA), que será convidado a assumir o Ministério de Minas e Energia, disse que entre os preparativos está "lendo" o que chega até ele."Estou lendo alguma coisa que chega às minhas mãos. A imprensa, por exemplo, está escrevendo muita coisa técnica. Todos os dias saem até informações boas", disse à Folha. "Estou me informando sobre energia elétrica, sobre hidrelétrica, sobre gás, sobre petróleo." O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao PMDB que irá convidá-lo para assumir a pasta na próxima quarta.Lobão contou que ainda não sabe como se dará a distribuição de cargos na pasta. "Se o presidente me convida, eu tenho de saber dele qual é a orientação. Até isso acontecer eu não posso falar nada", disse. "O que posso dizer é que eu não conheço a estrutura do ministério ainda", completou.Advogado e jornalista, Lobão disse que um ministro não precisa pertencer à área do ministério que irá comandar. Ele citou como exemplos os ex-ministros Antonio Palocci, que é médico e esteve à frente da Fazenda, e José Serra, economista que chefiou a Saúde.Nos últimos dias, o senador também passou a rechaçar a hipótese de ser taxado como "ministro do apagão". "Nem sequer pus o pé na soleira do ministério já estão me debitando coisas que possam vir acontecer no futuro", disse. "Nenhum ministro que vir a ser nomeado neste momento pode ser responsabilizado."Ontem, a Folha publicou reportagem sobre um discurso de Lobão, feito em julho do ano passado, em que ele alerta sobre risco de apagão. Questionado sobre seu discurso, o senador recuou: "Olhando o quadro agora acho que autoridades, a seu modo, tiveram preocupação e adotaram as providências seguras. Não acredito em qualquer possibilidade de apagão".Lobão também afirmou que existem pessoas interessadas em fazer "cizânia" ao comentar o possível veto da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, à indicação dele como ministro. Sobre cargos, reconheceu que o PMDB quer ampliar sua participação na pasta."O PMDB deseja ter uma participação no ministério que não tem. Agora, a profundidade disso só com o presidente da República. Quer uma sugestão? Conversa sobre isso com os líderes. Eles é que podem falar. Eles são donos dos cargos."

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