quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Meirelles discute hoje texto da MP com deputados

Por Denise Madueño
no Estado de São Paulo

A crise financeira e a Medida Provisória 442, de socorro aos bancos, deram o tom da volta aos trabalhos na Câmara, depois do fim do recesso parlamentar que vigorou antes do primeiro turno. Os partidos defenderam a presença do ministro da Fazenda, Guido Mantega, na Casa para explicar a MP.
Hoje pela manhã, o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, vai receber deputados da oposição para discutir a crise e seus reflexos no Brasil. Já estão confirmadas as presenças do líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), do líder do PPS, Fernando Coruja (SC), e de mais alguns deputados dos dois partidos. Também deverá ir à reunião o líder do DEM, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (BA). O encontro no BC será às 10 horas. A oposição já se prepara para modificar a medida provisória editada na segunda-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, autorizando o Banco Central a socorrer bancos em dificuldades por causa da crise financeira internacional. Em discurso no plenário, José Aníbal, afirmou que a MP é o Proer do presidente Lula, lembrando o programa instituído pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para socorrer bancos, criticado e combatido pelo PT. "É o Proer desfigurado, disfarçado, envergonhado e sorrateiro", classificou o líder tucano. Para Aníbal, a MP é "um bom começo", mas "certamente terá de ser melhorada". Fernando Coruja disse que seu partido está estudando os impactos da MP para também propor ajustes. O vice-líder do DEM, José Carlos Aleluia (BA), disse que pretende incluir dispositivos para punir maus administradores. "Se houve má gestão, especulação, não podemos deixar de punir.""Vamos analisar para ver se não é uma medida provisória apenas para o presidente Lula dar dinheiro a banqueiros. É importante criar medidas para punir os maus administradores", disse Aleluia. Apesar disso, o deputado considerou que a crise financeira internacional é motivo suficiente para justificar a edição de medida provisória, ou seja, ela pode ser considerada urgente e relevante, como exige a Constituição. "A idéia de medida provisória é para isso."A MP de socorro aos bancos, no entanto,não parece correr o risco de ser rejeitada. Ela recebeu apoio dos presidentes da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), e do Senado, senador Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN). Críticos duros do número excessivo de medidas provisórias editadas pelo governo, os dois presidentes consideraram que, desta vez, a medida provisória é legítima.

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