quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Não precisava do cargo?

Finalmente Renan Canalheiros se licenciou do cargo de presidente do Senado no começo da noite de hoje (Abaixo segue o pronunciamento dele na íntegra).
Canalheiros fala que não precisava do cargo para se defender. Como é que é? Vocês se lembram da maneira como o Rei do Gado fez sua primeira defesa quando o processo que pesava nas suas costas se baseava no pagamento de suas contas pessoais feitas por um lobista? Sentado na cadeira de presidente do Senado, olhando para os seus pares de cima para baixo, Renan tentava provar que tinha grana suficiente para pagar a pensão de sua filha com a jornalista Mônica Veloso. Mas, o Jornal Nacional da Rede Globo mostrou que as provas apresentadas por Renan não eram tão sólidas como se pensava.
Aliás, é bom lembrar que, a princípio, Canalheiros tinha o apoio da maioria dos senadores. Não custa nada lembrar aquela fila indecente de senadores cumprimentando Renan depois da sua primeira defesa.
Renan jogou sujo. Usando os poderes de presidente do Senado futricou a vida dos colegas para fazer chantagens. Colocou e tirou senadores do Conselho de Ética da Casa. A sua disposição estava a tropa de choque que impedia qualquer tipo de aprofundamento nas investigações. O cabeludo Wellington Salgado (que está onde está porque é suplente de Hélio Costa, Ministro das Comunicações, portanto, é senador sem voto) foi um dos grandes defensores de Renan Canalheiros. Nos últimos dias teve que usar o escudo para se defender de uma acusação de corrupção. É como diz aquele ditado: “Diga-me com quem tu andas que eu direi quem tu és”.
A licença de Renan não pode esfriar as investigações. Ainda restam três processos contra ele (ver post abaixo) sem contar o processo sobre o dossiê que Renan estaria montando para chantagear os senadores daqui de Goiás Marconi Perillo (PSDB) e Demóstenes Torres (DEMO) que ainda depende da aprovação da Mesa Diretora.
A oposição tem que ficar alerta. O governador de Alagoas Teotônio Vilela Filho (PSDB) é um daqueles que está oferecendo o ombro amigo para Renan chorar suas mágoas. Isso cabe ao presidente do partido Tasso Jereissati resolver. Mas, sabemos como nossas oposições são incompetentes e sempre escorregam na maionese.
Que esta crise sirva de lição aos senadores! Que a liberdade de imprensa seja defendida até o fim!E que os petistas nem tentem arquivar os processos contra Renan Canalheiros!

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