sábado, 13 de outubro de 2007

Ainda bem que eu tomo Abloc

Segundo tempo começou com um São Paulo indo pra cima do Fluminense. A conversa que Muricy Ramalho teve com os jogadores valeu a pena. Pressão, roubada de bola, fazendo Fernando Henrique trabalhar. O que o São Paulo não fez no primeiro tempo compensou nos primeiros minutos da etapa final.
Valeu a pena a pressão. Valeu a pena a mudança de postura. Breno cabeceia a bola. Fernando Henrique faz uma bela defesa. Mas, a bola sobra para André Dias colocar nas redes. Fazia tempo que eu não gritava um gol do São Paulo. Era o empate. Como disse no post anterior é melhor um ponto a mais na tabela a amargar mais uma derrota, a quarta seguida. Não, o São Paulo não deixaria isso acontecer.
Mesmo levando o gol de empate o Fluminense foi pra cima do São Paulo. O líder já não provoca mais medo nos adversários. Todo mundo fala que o São Paulo já é campeão, mas ninguém se intimida em jogar contra ele. O Fluminense era só pressão. O jogo voltava a ter a cara do primeiro tempo: um São Paulo apático (como se usasse tudo o que sabia de futebol para marcar aquele gol no comecinho do segundo tempo) e um Fluminense pressionando, tentando ser mais um carioca a vencer o São Paulo no Maracanã.
Eis que surge a figura do juiz. Dizem por aí que juiz bom é aquele que nem aparece na partida. Pois o juiz apareceu e marcou um pênalti contra o São Paulo. O segundo da partida. Será que Hernanes derrubou Gabriel ou o filho de Wladimir se jogou na área sãopaulina? Como na arbitragem tudo é interpretação, o juiz interpretou e marcou o pênalti.
E agora, José? No primeiro tempo Thiago Neves cobrou o pênalti no meio do gol e Fabiano caiu para a direita. Já comecei a sentir o gosto de mais uma derrota. A quarta derrota seguida. Gabriel, que sofreu o pênalti, iria fazer a cobrança. Fabiano olhou para os céus. O juiz apita. Jorge Vagner fala algumas coisas para Gabriel. O filho de Wladimir corre para a bola e chuta...
Eis que a figura do juiz volta para o seu devido lugar. As gargantas do estádio do maior estádio do mundo não seriam gastas para questionar se Hernanes derrubou ou não Gabriel na área. Muito menos para narrar mais um gol do Fluminense. Os gritos dos narradores repetiam: Fabiano!!! O goleiro de 19 anos que substituiu Rogério Ceni e que fazia sua estréia no maior estádio do mundo defende o pênalti cobrado pelo filho de Wladimir. Fabiano!!! Fabiano!!! Fabiano!!! Naquele momento o São Paulo mantinha os 11 pontos de diferença para o Cruzeiro. O juiz corria para acompanhar a bola que seguia num contra-ataque do São Paulo. Já Gabriel... Bem, Gabriel é filho de Wladimir. Só isso.
Se o Fluminense não se intimidou com o gol sofrido, continuou pressionando o São Paulo mesmo depois de perder um pênalti que poderia decidir a partida. Sabe aquela sorte que eu disse no post passado que estava lá no Mineirão segurando o Cruzeiro? Pois é, ela chegou ao Maracanã e voltou a cumprir sua missão. As bolas do Fluminense não entraram no gol de Fabiano.
O São Paulo não jogou bonito. O São Paulo não joga o futebol bailarino, o sonho de todos os cronistas esportivos. Tudo que o São Paulo sabia e podia fazer foi feito no começo do segundo tempo. O empate que deu tranqüilidade para Muricy e o time todo que terá uma semana pela frente para se preparar para o jogo contra o Cruzeiro no próximo final de semana.
Como disse Juca Kfouri no seu blog ao analisar o jogo: “Fabiano começa a escrever sua história no São Paulo”. Que esta defesa sensacional não o faça subir nas tamancas. Ele tem que corrigir vários erros como na hora de sair do gol quando a bola é lançada na área. Mas, que ele começou com o pé direito isso é verdade. Não somente com o pé direito, mas para o lado direito. Nos dois pênaltis Fabiano caiu para o lado direito.
É melhor Bosco deixar de lado os gramados e tentar a vida como ator. Fabiano está aí, pronto para suceder Rogério Ceni.
Assisti ao jogo com o meu pai. Reclamávamos dos passes errados. Xingávamos os jogadores que não faziam a bola rolar no campo ainda em recuperação do Maracanã. O São Paulo perdeu a invencibilidade de 16 jogos no Maracanã. E foi no mesmo Maracanã que o time quebrou a crise que insistia em bater na porta.
Apesar da pouca idade sou cardíaco. Herdei isso da minha família. Todos os dias tomo o remédio Abloc para controlar a minha pressão. Sofri até o apito final do juiz para comemorar o empate. O São Paulo combatia a pressão do Fluminense fazendo faltas (Aloísio foi expulso, meu Deus!!!) e chutando a bola para frente. Já eu tomo meu Abloc todos os dias. Para ver o São Paulo jogar, haja coração.

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