sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Licença não alivia processos


Ana Paula Scinocca e Cida Fontes, Brasília

A estratégia de Renan Calheiros (PMDB-AL) de se afastar da presidência do Senado para arrefecer o clima de cassação não deve surtir efeito no Conselho de Ética da Casa. Senadores de oposição dizem que os processos contra Renan por quebra de decoro vão continuar.Atualmente, Renan responde a três processos por quebra de decoro. Na próxima semana, a Mesa do Senado enviará ao conselho mais um pedido de investigação. Integrante da linha de frente contra Renan, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse que a licença atendeu a um clamor generalizado, mas não beneficiará o peemedebista no conselho. “Não há possibilidade de qualquer acordo para facilitar a vida de Renan Calheiros no exame dos próximos processos no Conselho de Ética.” O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) avaliou que a decisão de Renan foi tomada tarde. “Não acredito que os relatores vão amolecer.”A situação do peemedebista no Conselho de Ética já se deteriorara na quarta-feira. Naquele dia, pressionado por senadores de seis partidos, o presidente do colegiado, Leomar Quintanilha (PMDB-TO), finalmente indicou o relator para a terceira representação.O escolhido foi o senador Jefferson Péres (PDT-AM), um ativo crítico de Renan. Péres é que se encarregará da tarefa de relatar a mais documentada denúncia, apresentada há mais de 50 dias pelo DEM e pelo PSDB: a de que Renan teria usado laranjas para comprar empresas de comunicação.O presidente licenciado do Senado também é investigado pela suposta participação num esquema de coleta de propina em ministérios chefiados pelo PMDB e pela suspeita de ter favorecido a cervejaria Schincariol. Foi encaminhada esta semana à Mesa do Senado outra acusação contra Renan: a de tentar montar um dossiê, recorrendo a arapongagem, para chantagear os senadores de Goiás Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB).
Estado de São Paulo - 12.10.2007

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