terça-feira, 16 de outubro de 2007

Lula cobra aprovação da CPMF no Senado

Leonêncio Nossa
no Estado de São Paulo de hoje

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem da dificuldade em aprovar a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) no Senado e avaliou que o problema pode atrasar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em conversa com jornalistas brasileiros que acompanham seu giro por quatro países da África (leia na página A8), Lula disse que “o problema” - no caso, a CPMF - não é de interesse apenas do governo, mas da Nação brasileira. “Temos R$ 504 bilhões num programa de investimentos em infra-estrutura e, se não pudermos utilizar esse dinheiro, teremos de mexer em outras áreas”, comentou ele, referindo-se à necessidade de remanejar dinheiro de outros programas para o PAC. A não prorrogação da CPMF, cuja arrecadação é destinada principalmente à saúde, prejudicaria o PAC, explicou Lula, porque não é possível separar os recursos obtidos pelo governo. “Todo o dinheiro está no mesmo cofre”, afirmou. “É mais ou menos como o dinheiro que está no seu bolso, você não consegue separar.” Depois, o presidente tentou minimizar o problema que enfrenta para aprovar a prorrogação da CPMF no Senado, com os pedidos de barganha de opositores e aliados. “Estou convencido de que vai passar no Senado, assim como passou na Câmara”, garantiu. O presidente também disse que a licença do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), não altera os planos do governo na Casa. “O fato de Renan pedir licença não altera nada”, acrescentou. “Ultimamente, o Senado votou todas as coisas que nós queríamos.” Antes de responder a essas perguntas, no entanto, o presidente reclamou que o assunto era de política interna brasileira. “Eu não deveria responder uma pergunta sobre o Brasil no primeiro dia de minha viagem”, defendeu-se. “Só hoje assinamos sete protocolos de acordo com o governo de Burkina Faso.” Comentou ainda que “esse é um problema cultural que nós teremos de resolver”, acrescentou o presidente. Em Burkina Faso, o governo brasileiro assinou acordos nas áreas de biocombustível, produção de algodão, soja, educação e saúde.

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