segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Mesa decide hoje se encaminha ao conselho 5ª representação contra Renan

da Folha online

A Mesa Diretora do Senado se reúne nesta segunda-feira, às 16h, para decidir se encaminha ao Conselho de Ética da Casa a quinta representação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) por quebra de decoro parlamentar.
Renan já responde a outros três processos no Conselho de Ética do Senado. No primeiro --em que era acusado de usar recursos da Mendes Júnior para pagar despesas pessoais--, ele foi absolvido pelo plenário da Casa.
Nessa quinta representação, o peemedebista é acusado de montar um dossiê para chantagear os senadores Demóstenes Torres (DEM-GO) e Marconi Perillo (PSDB-GO). A espionagem teria sido feira pelo assessor especial de Renan, o ex-senador Francisco Escórcio.
Demóstenes ficou sabendo do plano de espionagem por Pedrinho Abrão, empresário e ex-deputado por Goiás. Escórcio teria pedido a ajuda de Abrão para grampear os telefones dos senadores e fotografá-los embarcando de jatinhos de empresários da região. Abrão é dono de um hangar e de uma empresa de aviação em Goiânia.
Segundo reportagem da Folha, Renan também estaria reunindo elementos para chantagear o senador José Agripino Maia (DEM-RN) por meio de seu filho, o deputado Felipe Maia (DEM-RN).
O peemedebista estaria vasculhando negócios do filho do senador ligados à empresa que presta serviços à BR Distribuidora, da Petrobras, no Rio Grande do Norte.
Licenciamento
Renan anunciou na quinta-feira que está se licenciando do cargo por 45 dias. Ele disse em pronunciamento para a TV Senado que não precisa do cargo de presidente da Casa para se defender. "O poder é transitório, enquanto a honra é poder permanente que não sacrifico em nome de nada."
Enquanto estiver em licença, a presidência do Senado será ocupada pelo petista Tião Viana (AC), vice-presidente do Senado. "Agindo assim, afasto de uma vez por todas o mais recente e injusto pretexto usado para tentar dar corpo à inconsistência das representações, enviadas sem qualquer indício ou prova ao Conselho de Ética do Senado Federal", disse Renan no pronunciamento.
Ao anunciar seu licenciamento, Renan fez questão de dizer que quer evitar constrangimentos como a sessão da última terça-feira, quando vários senadores pediram para ele deixar o cargo. "Com este meu gesto, que é unilateral, preservo a harmonia do Senado, deixo claro o meu respeito pelos interesses do país, e homenageio sem dúvida as altas responsabilidades das funções que exerço, contribuindo decisivamente para evitar a repetição dos constrangimentos ocorridos na sessão de 9 de outubro."
No pronunciamento, o peemedebista voltou a reafirmar que é inocente e disse que vai enfrentar os processos "à luz do dia, com dignidade, sem subterfúgios". "Não lancei mão das prerrogativas de presidente do Senado em meu benefício ou contra quem quer que seja. A minha trincheira de luta sempre foi a inflexível certeza da inocência, a qual estou convicto, prevalecerá com a verdade, como aconteceu na minha absolvição."

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