quarta-feira, 26 de novembro de 2008

O advogado de Dantas intimidando jornalista

Eu não vi petralha nenhum descendo a lenha em Luiz Eduardo Greenhalgh. Ele é advogado de Daniel Dantas. Ele é aliado do “banqueiro bandido” como diz o delegado maluquinho Protógenes Queiroz. É melhor poupar Greenhalgh e apontar os jornalistas de Dantas, não é mesmo?

O Estadão de hoje traz uma reportagem falando que Greenhalgh entrou com um pedido na Justiça para que os documentos obtidos pelo jornal sobre a guerrilha do Araguaia fossem recolhidos. É assim que a esquerda quer abrir os porões da ditadura militar. É na base da intimidação. Se dependesse do advogado de Daniel Dantas, a porta da casa de Leonencio Nossa, jornalista do Estadão, já estaria arrombada e os capangas de Greenhalgh revirando armários, gavetas, pastas a procura dos documentos sobre a guerrilha.

Mas tem um trecho da reportagem que é interessante colocar aqui:

Greenhalgh é autor de um processo movido em 1982 em que pede esclarecimentos sobre a guerrilha. Fontes do Judiciário informaram que o pedido de busca e apreensão na casa do repórter chegou ontem à tarde à mesa de um juiz para o despacho. O procurador Rômulo Conrado deu parecer contrário ao pedido do advogado e ex-deputado federal, argumentando que o jornalista "não é parte integrante da lide, razão pela qual não pode figurar no pólo passivo do processo".

O pedido de Greenhalgh, feito no dia 25 de junho, causou surpresa em setores do Ministério Público que trabalham para abrir os arquivos oficiais sobre as mortes no Araguaia. Reconhecido pelo trabalho em defesa das famílias dos mortos no Araguaia, o ex-deputado federal pelo PT foi recriminado por representantes do partido e assessores diretos do presidente Lula, em 2006, por repassar para jornalistas de Brasília documentos militares que supostamente constrangeriam a conduta do atual deputado e ex-guerrilheiro José Genoino durante a guerrilha do Araguaia.

Não havia nada contra Genoino nos documentos, como concluíram jornalistas que tiveram acesso ao material. Um assessor do governo disse ao Estado que o objetivo de Greenhalgh, que em 2006 disputava uma cadeira na Câmara, era tirar votos do colega de partido. Genoino foi preso logo no início dos combates e sofreu tortura.


Vejam o que os petralhas são capazes para conseguir seus objetivos. Eles acabam com tudo e com todos para conseguir o que desejam. Passam por cima até de cupanheros de partido.

Eu tenho um livro aqui na minha biblioteca (preciso organizá-la urgentemente) que fala sobre o grupo Clamor, que tentava achar os filhos que os militares seqüestraram dos seus pais nas ditaduras militares na América do Sul. Um dos personagens do livro é justamente Greenhalgh. E vejam vocês quem é o personagem desta intimidação. Sem contar a defesa de Daniel Dantas.

Vocês vão percebendo como é que a esquerda quer abrir os arquivos da ditadura militar. Se tal documento puder ser usado contra o inimigo que seja mostrado. Se outro documento incriminar a causa esquerdista é melhor deixar nos arquivos.
Se Luiz Eduardo Greenhalgh tem tempo de pedir na Justiça a apreensão de documentos na casa do jornalista do Estadão sobre a guerrilha no Araguaia quer dizer que ele não está nem aí para o processo sobre Daniel Dantas.

Tem gente que diz que o banqueiro comprou juízes, jornalistas e políticos. Eu fico imaginando o que Greenhalgh não fez para defender seu cliente ilustre. Se ele é capaz de distribuir documentos que prejudicariam seu cupanhero de partido, imaginem o que ele não seria capaz de fazer para livrar Daniel Dantas das acusações que lhe pesam nas costas.

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