quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Com cara de Muricy Ramalho

Sou fã do Muricy Ramalho. Não somente porque ele é técnico do meu time, mas pelo jeitão dele. Ranzinza, não tolera perguntas idiotas e nunca está satisfeito. Eu lembro do dia em que o São Paulo foi campeão no ano passado. Enquanto os jogadores comemoravam, Muricy caminhava rumo aos vestiários depois de agradecer a torcida que sempre o prestigiou, prestigia e prestigiará. Ele já pensava neste ano, no que teria que fazer, como fazer, quais peças (não se fala mais jogadores de futebol e sim peças do time) seriam usadas para montar o elenco.

Sou fã do Muricy Ramalho porque ele nunca se contenta com as coisas. Sempre precisa de um ajuste aqui e ali, sempre precisa continuar trabalhando duro. Talvez seja a influência do mestre Telê Santana que dispensa apresentações. Muricy foi auxiliar de Telê. Eu começava minha vida de torcedor são paulino e Muricy seguia os passos do mestre.

Desde 2001 Muricy Ramalho nunca deixou de ganhar um título. Até sobre o meu São Paulo ele já foi campeão. É o trabalho diário, repetitivo, incansável. É a cobrança, o sempre querer mais, o exigir o máximo do jogador. Talvez na hora do treino os jogadores devem xingar até o técnico em pensamento, mas depois agradecem quando recebem a medalha de campeão e seus passes são valorizados, prontos para jogar no exterior.

Na metade deste ano muita gente contestava o trabalho de Muricy. Dentro do São Paulo mesmo tinha dirigente metido a besta querendo mandá-lo embora. Mas o presidente Juvenal Juvêncio deixou Muricy trabalhar. E ele trabalhou, trabalhou seus jogadores e no domingo que vem pode agradecer de novo o apoio que recebeu da torcida desde sempre num Morumbi lotado.

Sei que eu não tenho o talento de um Armando Nogueira para escrever sobre futebol, nem uma memória fabulosa de um Paulo Vinícius Coelho ou uma simplicidade de um Fernando Calazans. Mas falo de futebol aqui também. Mas sempre de um lado, né? Sempre falando sobre o meu São Paulo.

Alguns inimigos disseram que eu sou idólatra deste ou daquela pessoa, que eu copio este ou aquele cara. Não nego minhas influências. Não nego o meu passado apesar de arrepender de algumas coisas que fiz. Mas, se alguém perguntar para mim que cara tem o blog eu respondo na hora: tem a cara de Muricy Ramalho. Nada está bom, tudo tem que melhorar e trabalhar muito, muito, muito. Se sou ranzinza como o Muricy? Nem tanto. Tem horas que eu acho até que eu brinco demais. Aí eu ouço o Muricy falando: “Pô, meu filho, larga de brincadeira e vá fazer o seu trabalho”. Aí eu volto a fazer o que tem que ser feito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Adorei o texto, Carlos.
Cacá?