sábado, 8 de dezembro de 2007

Tarso nega erro de tradução no caso Cacciola

Da Folha de São Paulo

O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou ontem, no Rio, ter havido erros de tradução nos documentos enviados pelo governo brasileiro para pedir a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola, preso em Mônaco desde 15 de setembro. Tarso afirmou que o pedido de nova tradução é uma "manobra" dos advogados de Cacciola para ganhar tempo.Erros na tradução levaram, quinta-feira, ao terceiro adiamento seguido da audiência para definir o destino do ex-banqueiro. Para a procuradora-geral do principado, Anne Brunet-Fuster, "a tradução não é boa". Na opinião dos advogados de defesa, o texto é "incompreensível".Segundo Tarso, os documentos foram vertidos do português para o francês por tradutores juramentados "altamente qualificados, como sempre é feito". "Foi uma legítima manobra dilatória [que faz adiar] dos advogados -Cacciola trocou de advogados, que necessitam tomar conhecimento dos autos-, que indicou questões relacionadas com tradução. Agora, no Estado de Direito é assim: advogados de defesa têm direito a fazer postergações."Para Tarso, as diferenças aparecem apenas em alguns termos. "A palavra "peculato" [corrupção por funcionário público], por exemplo, que não existe no sistema de Mônaco, provavelmente tem outro nome", justificou, admitindo, porém, enviar nova tradução, caso necessário. "Nós não fomos solicitados, se formos, vamos apresentar.""Do ponto de vista da documentação e da tradução que o Brasil apresentou, absolutamente, a tradução foi muito bem-feita por tradutores juramentados, técnicos de alto nível, que nunca receberam nenhuma impugnação nas relações internacionais.""Enquanto ele [Cacciola] estiver preso, aguardando a decisão, está bem. O resto é o ritmo da Justiça de Mônaco, que temos de respeitar", afirmou.

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