sábado, 8 de dezembro de 2007

PMDB ensaia acordo para escolher sucessor de Renan

Por Ana Paula Scinocca
no Estado de São Paulo

A maioria dos pré-candidatos do PMDB à presidência do Senado aceita abrir mão da disputa em prol do consenso ou de um nome que represente a unidade do partido. Primeiro senador a lançar seu nome à sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) - que renunciou na terça-feira - , Garibaldi Alves (RN) avisou ontem que “não será intransigente” e pode desistir de sua candidatura se o partido lhe pedir. “Posso abrir mão sim, mas não em função de um candidato. Abro mão em nome do consenso e se houver apelo do partido”, afirmou.Na mesma linha, o pré-candidato Valter Pereira (MS) afirmou que se o PMDB quiser, ele abandonará a disputa. “Não vou ser candidato de mim mesmo”, explicou Pereira.A eleição para a presidência do Senado está marcada para quarta-feira e a bancada do PMDB deixou para definir o nome na véspera. O líder da bancada, Valdir Raupp (RO), avisou que tudo caminha para uma eleição interna com voto secreto entre os 20 senadores do partido.Ontem, quatro dos cinco senadores que se candidataram à presidência da Casa participaram da sessão no Senado. Eles representaram 40% do quórum da sessão, que às sextas-feiras costuma ser esvaziada.
BRINCADEIRA
Sempre assíduo na Casa no último dia útil da semana, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) até ironizou a presença dos peemedebistas. “Isso aqui só tem candidato hoje”, brincou ao ver ingressar no plenário o senador Edison Lobão (PMDB-MA). “Mas ele não é candidato”, afirmou um repórter. “É sim. Ele é candidato ou à presidência ou a um ministério do governo Lula”, retrucou o Heráclito.Também presente à sessão, Neuto De Conto (PMDB-SC), outro pré-candidato, disse que aceita abrir mão da disputa pelo comando do Senado apenas para dar lugar a Pedro Simon (PMDB-RS) ou a José Sarney (PMDB-AP), dando preferência ao senador gaúcho. “Como está não desisto. Mas se vier o nome do Sarney ou do Simon eu faço o que a bancada entender ser melhor. Quero ser o homem do consenso e não do dissenso”, afirmou Conto.Sarney não se lançou como candidato, mas é o nome preferido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto. Simon vez, também não se declarou candidato, mas foi lançado por um grupo de 29 senadores (leia reportagem nesta página).Leomar Quintanilha (PMDB-TO), outro pré-candidato, não foi localizado ontem pela reportagem do Estado. Ele preside o Conselho de Ética do Senado e é aliado de Renan. Na quarta-feira, um dia depois de Renan renunciar à presidência da Casa e ser absolvido pelo plenário, Quintanilha decidiu arquivar outros dois processos que tramitavam contra ele.

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