sábado, 8 de dezembro de 2007

E viva o arquivo

Salve as edições anteriores dos jornais e das revistas na internet. Ali podemos ver o que os políticos diziam que fariam se fossem eleitos. Lula poderia muito bem ser batido por Alckmin nas eleições do ano passado se o chuchu paulista desse uma navegada pela internet e pesquisado nos jornais e nas revistas tudo que o Apedeutakoba disse quando era oposição e tudo o que ele fez no governo. Só contradições. Só rompimento de promessas. Só mentiras e tudo mais. Não somente Lula, mas todos os outros políticos. Vamos ficar restritos apenas aqui em Goiás. Na página do jornal Tribuna do Planalto encontramos uma matéria interessante que aborda os debates entre os candidatos ao governo de Goiás nas eleições do ano passado durante o primeiro turno. Maguito Vilela era líder nas pesquisas (o favorito, segundo muitos) e poupado no debate. Já o governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, era o alvo dos ataques. Até Barbosa Neto, que hoje é aliado do governo, desceu a lenha em Cidinho. Mas destaco uma pergunta feita pelo então candidato Edward Júnior (típico daqueles políticos que só aparecem nas eleições e depois ninguém mais lembra) sobre os cargos comissionados. Transcrevo o trecho do debate entre os candidatos ocorrido na Rádio Fonte da Vida e que está na reportagem do Tribuna do Planalto do dia 5 de agosto de 2006. Matéria assinada por Vassil Oliveira e Eduardo Sartorato:

* Ataque
O empresário Edward Júnior questionou se Alcides Rodrigues iria romper os cargos comissionados, ou iria destiná-los aos políticos que não conseguirem mandato nas próximas eleições.

* Defesa
O governador disse que não vê problemas em nomear políticos para estes cargos, se eles possuírem probidade e competência para exercer a função.

* Réplicas e Tréplicas
Edward condenou a ação, explicando que em seu hipotético governo os
altos-cargos ficarão para servidores concursados de carreira. Alcides respondeu que vai priorizar a competência e que "foi assim que o governo do Tempo Novo conseguiu mais de 90% de aprovação".

Viram só? Cidinho achava correto nomear políticos para os cargos, desde que tivessem competência. E mais: a competência dos comissionados garantiu 90% de aprovação do Tempo Novo. Não custa lembrar que o marqueteiro da campanha de Cidinho era Jorcelino Braga, o atual secretário da Fazenda e chefão da reforma administrativa. Ele ficou muito tempo sem dar entrevistas. Ao anunciar a reforma no mês passado, Jorcelino deu entrevistas para todo mundo que quisesse ouvir ou que tivesse um microfone na mão. Deu declarações polêmicas que geraram boatos de que a relação de Marconi com Cidinho estaria estremecida. Jorcelino Braga disse que a folha de pagamento do estado era um “câncer”. Hoje ele faz este diagnóstico, mas no ano passado aplaudia as declarações de Cidinho de que este, como posso dizer, “câncer” garantiu 90% de aprovação para o Tempo Novo. Reparem que Cidinho sempre valorizava o servidor público. Agora que as contas do estado não batem o jeito é demitir todo mundo. E a competência? Ficou lá trás, num passado não muito distante, guardados nas edições anteriores dos jornais e das revistas a espera de qualquer leitor. Num passado não muito distante Lula prometia ética na política. Quando assumiu o governo permitiu e participou da farra que o PT fez no governo federal. Num passado não muito distante Cidinho valorizava o servidor público e dizia que, quem os maltratavam era Maguito Vilela e a turma do Tempo Velho. Todas as declarações de Cidinho passaram pelo crivo marqueteiro de Jorcelino Braga. Agora que eles estão no Palácio das Esmeraldas nem se lembram das promessas, declarações e debates das eleições passadas. Ainda bem que temos os arquivos. Oportunidade de tirar a poeira destas notícias e esfregar na cara daqueles que fazem tudo aquilo que prometeram não fazer. Afinal, todo dia de posse de político sempre é lembrado ao eleitor cobrar as promessas feitas durante a campanha. Como todo político é vagabundo, viva os arquivos que guardam as notícias que escapam da nossa memória e que estão a espera de alguém esfregar na cara de quem prometeu e não cumpriu.

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