terça-feira, 7 de julho de 2009

Sarney ampliou poder de Agaciel para gerir contas

Por Adriano Ceolin, Leonardo Souza e Andreza Matais
na Folha

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no final de seu segundo mandato no comando da Casa, ampliou os poderes de Agaciel Maia para gerir o dinheiro do plano de saúde dos servidores, depositado em três contas paralelas sem nenhuma fiscalização.Em janeiro de 2005, Sarney autorizou o então diretor-geral da Casa a contratar sem licitação hospitais, médicos e demais entidades e profissionais que integram a rede do plano de saúde dos funcionários.Nomeado por Sarney em 1995, Agaciel só deixou o comando administrativo do Senado em março deste ano, após a Folha revelar que ele escondeu da Justiça uma casa avaliada em R$ 5 milhões.Sarney disse que sua medida foi "moralizadora" porque o ato de 1997 designava especificamente Agaciel como o vice-presidente do conselho de fiscalização, enquanto a medida assinada na sua gestão dizia que a função deveria ser ocupada pelo diretor-geral, independentemente de quem estivesse no cargo. Agaciel não se manifestou sobre o caso ontem.Conforme a Folha publicou domingo, as três contas somam R$ 160 milhões e estão fora da contabilidade oficial do Senado e do Siafi (sistema de acompanhamento de gastos públicos).Criadas em 1997 pela Mesa Diretora do Senado, essas contas foram movimentadas por Agaciel durante anos, sem fiscalização. A única forma de controle da aplicação dos recursos era uma comissão interna fantasma, que não se reúne há cinco anos e é formado por funcionários que deixaram o Senado e tem até um morto.O Fundo de Reserva do Sistema Integrado de Saúde (SIS), como o dinheiro das contas paralelas é chamado, é administrado pelo vice-presidente do conselho de supervisão do SIS -o próprio diretor-geral. Leia mais aqui.

Nenhum comentário: