terça-feira, 7 de julho de 2009

Ex-aliado político denuncia Yeda ao Ministério Público

Por Elder Ogliari e Sandra Hahn
no Estadão

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), foi alvo ontem de mais denúncias de supostas irregularidades - uso de caixa 2 na campanha eleitoral de 2006, desvio de parte dos recursos para pagamento de um imóvel adquirido ao final da campanha e distribuição de parte de propinas arrecadadas por agentes públicos para a própria Yeda.Apesar de semelhantes às anteriores, as novas denúncias partiram de um aliado que participou diretamente da campanha eleitoral, o empresário Lair Ferst, réu do processo decorrente da Operação Rodin, que apontou fraude de R$ 44 milhões no Detran, e não de adversários políticos. Mas, a exemplo das acusações anteriores, não foram apresentadas provas.As acusações foram feitas numa correspondência encaminhada por Ferst ao Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul. O jornal Zero Hora teve acesso ao conteúdo e publicou trechos dele na edição desta segunda-feira, informando que a correspondência foi repassada à Procuradoria-Geral da República - que está analisando documentos sigilosos sobre o governo gaúcho - no dia 16 de abril, pelo procurador Alexandre Schneider. A autenticidade do documento não foi confirmada e nem desmentida pelo Ministério Público e por Ferst. O advogado do empresário, Lúcio de Constantino, disse que seu cliente não comentaria o caso. "O que é certo é que se for chamado a prestar depoimento em juízo ou numa Comissão Parlamentar de Inquérito ele esclarece tudo."Em nota distribuída no início da noite, o Ministério Público informou que "a divulgação de dados sigilosos sob investigação, que se distingue da informação ao público, além de ser crime, perturba e dificulta a apuração dos fatos e a colheita de elementos de prova para subsidiar as ações do MPF, em juízo ou fora dele, gerando, além de risco a pessoas, impunidade". No texto, Ferst diz que diversas empresas das áreas de alimentação, tabacos e construção fizeram doações sem recibo à campanha eleitoral, de valores que, somados, se aproximam de R$ 2 milhões. Também narra a existência de contratos subfaturados com empresas e superfaturados com fornecedores de serviços. Relata, na sequência, que a casa que a governadora e seu marido Carlos Crusius compraram, em dezembro de 2006, pouco depois da campanha, custou R$ 1 milhão, com R$ 250 mil pagos em dinheiro vivo, por fora, e não os R$ 750 mil constantes do contrato. Leia mais aqui.

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