domingo, 5 de julho de 2009

Para se defender, Sarney ''terceiriza'' responsabilidade

Por Leandro Colon
no Estadão

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tem reagido sempre da mesma forma diante de denúncias envolvendo seu nome: terceiriza responsabilidades. Da tribuna, já disse que a crise é do Senado, e não dele. No caso mais recente, responsabilizou um contador pela ausência de uma casa de R$ 4 milhões na declaração de bens entregue à Justiça Eleitoral."Até deve ter sido erro do contador. Mas a responsabilidade é dele. Temos que saber escolher nossos contadores", disse o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), ao comentar o caso revelado pelo Estado. Para o tucano, o Senado está à deriva. "A impressão que se tem é que, depois de tantas denúncias, o senador Sarney está imensamente cansado. Tudo está entregue ao destino", disse.Segundo o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a delegação de responsabilidade não melhora a situação de Sarney. Para ele, "não há nada esclarecido" na resposta do peemedebista no caso da casa ocultada. "É uma alegação, um argumento que tem que ser investigado." O caminho para a investigação, a seu ver, é o Conselho de Ética, que terá de examinar a representação do PSOL contra Sarney.Sob pressão desde que assumiu o cargo há cinco meses, Sarney já afirmou que não foi eleito para limpar a "lixeira da cozinha". Pressionado, entregou em março a Heráclito a tarefa de responder para a imprensa pela gestão administrativa do Senado. Com carta-branca, o primeiro-secretário pediu um pente-fino nos possíveis atos secretos dos últimos 15 anos. Uma comissão identificou 663 decisões sigilosas. Leia mais aqui.

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