quarta-feira, 14 de maio de 2008

CPI convoca vazador de dossiê e assessor

Por Andreza Matais e Adriano Ceolin
na Folha de São Paulo

A CPI dos Cartões aprovou, por unanimidade, a convocação de José Aparecido Nunes Pires, responsável por vazar o dossiê com dados do governo FHC, e André Fernandes, assessor do senador Álvaro Dias (PSDB) que recebeu e-mail com cópia do dossiê.É a primeira vez que a CPI opta pela convocação -eles são obrigados a depor, sob o juramento de dizer a verdade. Até agora foram votados apenas convites, que não exigem do depoente esse compromisso.A convocação também torna obrigatório o comparecimento na data marcada, caso contrário a CPI pode pedir ajuda da PF para levá-los ao Senado.Os parlamentares aprovaram pedido para que a PF faça uma perícia no computador de Fernandes -o de Aparecido, secretário de Controle Interno da Casa Civil, já foi periciado.A presidente da CPI, senadora Marisa Serrano (PSDB), marcou os depoimentos para amanhã, mas eles podem ser adiados já que o acordo prevê que os dois só serão ouvidos após a comissão ter acesso aos depoimentos deles à PF.A Folha apurou, porém, que Aparecido ainda não foi intimado a depor. "Em princípio o acordo era que o depoimento só ocorreria depois de termos acesso ao documento", disse o relator, Luiz Sérgio (PT). A CPI pediu ao juiz José Aírton de Aguiar Portela, da 12ª Vara Federal, cópia dos depoimentos.Até ontem à noite, Aparecido não havia formalizado, como esperava o governo, sua exoneração da Casa Civil. Na sexta, ele protocolou um pedido de férias, que não foi aceito. A Casa Civil quer forçá-lo a pedir demissão. Ele já avisou que deixará o posto, mas não quer fazê-lo agora. Deseja ficar de férias até o caso ser concluído.Álvaro Dias disse que seu assessor saiu de férias para preparar sua defesa e reagiu às cobranças de governistas para que ele o afaste."Não abriria mão dele em hipótese alguma. Foi leal e honesto com quem o chefia." Sobre a perícia no computador do assessor, Dias disse que não vê problemas.De novo a base blindou Dilma Rousseff e sua secretária-executiva, Erenice Guerra, que ordenou a confecção do dossiê. Na pauta, pedidos de convocação delas não foram votados.

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