sexta-feira, 16 de maio de 2008

Interpol diz que Colômbia não alterou arquivos de guerrilheiro

No Estado de São Paulo com agências internacionais

A Interpol respaldou ontem o governo colombiano ao anunciar que não encontrou indícios de que os arquivos dos computadores do guerrilheiro Raúl Reyes tenham sido alterados por autoridades de Bogotá. Reyes era porta-voz das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e foi morto em março, num ataque de militares colombianos contra um acampamento da guerrilha no Equador. Segundo o governo colombiano, seus PCs, apreendidos na ocasião, contêm indícios do envolvimento das Farc com os governos da Venezuela e do Equador, o que ajudou a agravar a crise diplomática desatada pela morte de Reyes no país vizinho. "A nossa equipe de especialistas não encontrou evidências de modificação, alteração ou eliminação dos arquivos" , disse o secretário-geral da Interpol, Ronald Noble, numa entrevista em Bogotá ao lado do diretor da Polícia Nacional colombiana, general Oscar Naranjo. "Esses computadores de fato pertenciam ao senhor Reyes e o seu conteúdo é responsabilidade dele." Em Caracas, o presidente venezuelano, Hugo Chávez, qualificou a apresentação do relatório da Interpol de "uma palhaçada" e anunciou uma "profunda revisão" das relações políticas, econômicas e diplomáticas com a Colômbia. Pouco antes, a chanceler equatoriana, María Isabel Salvador, também havia afirmado que seu país "desconhecia a validade jurídica do relatório".Os técnicos da Interpol chegaram a Bogotá em março para analisar a autenticidade dos arquivos de três computadores. Segundo a organização, no total havia 37.872 documentos de texto, 452 planilhas de cálculo, 210.888 imagens, 10.537 arquivos multimídia e 7.989 e-mails. A organização não chegou a se pronunciar sobre os conteúdos desses documentos. Autoridades colombianas, porém, divulgaram e-mails e relatórios com evidências de que membros das Farc seriam treinados em território venezuelano. Outros documentos indicam que Chávez se comprometeu a dar aos guerrilheiros armamento e US$ 250 milhões. A acusação contra o presidente equatoriano, Rafael Correa, é de que ele teria recebido dinheiro das Farc para sua campanha. O Equador e a Venezuela dizem que os contatos com a guerrilha se limitavam às gestões para conseguir a libertação de seus reféns.

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