SÃO PAULO - Gilberto Kassab (DEM) é o novo prefeito da cidade de São Paulo. As urnas abertas neste domingo, 26, mostraram que 61,15%% dos eleitores o escolheram para ficar mais quatro anos no comando da cidade. Mesmo com 89,76% das urnas apuradas, já era possível dar a vitória para o candidato do DEM. A adversária Marta Suplicy (PT) teve 38,85%. Em rápido pronunciamento, a petista admitiu a derrota. Com ar abalado, ela economizou palavras e disse apenas que é preciso cobrar os compromissos do novo prefeito: "Desejo o melhor para nossa cidade". A vitória do prefeito Kassab na eleição de domingo em São Paulo tem um significado especial para o partido. Enfraquecido em todo o País, inclusive em redutos históricos do Nordeste, o DEM ganha um novo impulso e um novo líder. Longe de se caracterizar como projeto unilateral, a sigla divide o sucesso com o PSDB, tendo no horizonte a sucessão presidencial de 2010. Tradicional aliado dos tucanos, o DEM quer manter seu peso político na chapa de oposição que disputará a eleição de 2010.
A aliança histórica do DEM com o PSDB passará, a partir da eleição, necessariamente pela apreciação de Kassab, que soube costurar o acerto com o governador José Serra, de quem foi vice na eleição de 2004, e levar a gestão nos moldes determinados pelo parceiro partidário. "Kassab vai se tornar um líder nacional, mas diferente. É gente nova, não é produto do ciclo militar. Será líder de um novo ciclo", disse à Reuters o ex-governador Cláudio Lembo, tradicional integrante do PFL (antigo nome do DEM). Lembo acredita que uma das principais características de Kassab, que conquistou Serra, é a sua lealdade não apenas ao governador como a seus projetos na prefeitura. "Tanto que aceitou e manteve os secretários do PSDB", analisou Lembo.
Faz parte da estratégia dos apoiadores de Kassab o cumprimento do mandato de quatro anos na prefeitura, sem a opção da candidatura ao governo do Estado em 2010. A medida também é uma das etapas para o projeto de Serra rumo à Presidência da República. "Não é uma vitória do partido. A vitória é da aliança comandada pelo Serra", declarou Guilherme Afif, articulador da candidatura Kassab junto com o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen. Foi por intermédio de Afif, secretário do Trabalho do governo estadual, que Kassab, hoje com 48 anos, entrou para a política, em 1985.
O PSDB aderiu formalmente à eleição de Kassab no segundo turno, depois da derrota do candidato da legenda, Geraldo Alckmin. A ala da sigla liderada por Serra, no entanto, esteve todo o primeiro turno ao lado do prefeito.
O Democratas, novo nome do PFL a partir de 2007, elegeu apenas um governador nas eleições de dois anos atrás, no Distrito Federal. Também viu reduzida sua base no Congresso, de onde exerce seu principal papel, o de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido elegeu 65 deputados em 2006, número que caiu para 54 hoje, com as trocas de legenda. Eram 84 em 2002 e 105 quatro anos antes. Para dirigentes do partido, a situação levou à renovação realizada no ano passado, com troca de nome e de presidente. A mudança, no entanto, ainda não se fez sentir fora de São Paulo.
Nas eleições municipais deste ano, o DEM não conseguiu levar ao segundo turno em Salvador o candidato Antonio Carlos Magalhães Neto, depois de ter perdido o governo do Estado para Jaques Wagner, do PT. A Bahia era o principal reduto da legenda. No Rio de Janeiro, a candidata do partido não atingiu 4% dos votos, depois que Cesar Maia e aliados ocuparam a prefeitura por quatro gestões. "O partido perde 4 milhões de eleitores no Rio e ganha 8 milhões em São Paulo", comemora Rodrigo Maia, filho de Cesar.
Propaganda polêmica
No primeiro turno, Kassab contrariou as pesquisas de intenção de voto e ultrapassou Marta no resultado final. A petista, que já foi prefeita entre 2000 a 2004, aparecia em primeiro nas sondagens divulgadas durante o período da campanha eleitoral. Já no início do segundo turno, a campanha da petista cometeu um deslize do qual não conseguiu se livrar. A peça publicitária que inaugurou o horário eleitoral na TV questionava a vida privada de Kassab. Seu marqueteiro, João Santana, produziu uma inserção com as seguintes perguntas: "Você sabe se ele é casado? Tem filhos", perguntava o locutor.
A propaganda causou indignação de partidos, movimentos e, inclusive, foi reprovado dentro do próprio PT. Marta se defendeu ao dizer que "não havia visto a propaganda antes dela ir para o ar" e, ao participar de sabatina, jogou a culpa no marqueteiro. A inserção, do jeito que foi elaborada, colocava dúvidas sobre a sexualidade do atual prefeito.
Campanha
Desde o começo da campanha, em agosto, tanto Kassab quanto Marta "colaram" suas imagens em figuras de peso: na do governador de São Paulo, José Serra, e na do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente. O apoio de Serra, inclusive, agravou a crise do prefeito com Alckmin, e o de Lula, bem-vindo por candidatos até da oposição.
Logo no dia em que oficializou a sua candidatura, 29 de junho, Marta sinalizou o tom que iria adotar durante a campanha: atacar Kassab e deixar Alckmin de lado. O prefeito foi responsabilizado mais uma vez por Marta pela situação deixada pelo antecessor Celso Pitta. Em vários momentos, ela tentou colar o candidato do DEM a Pitta e Maluf. Ele, por usa vez, associou a petista à "quadrilha do mensalão".
Kassab era vice de José Serra e assumiu a prefeitura quando o tucano se elegeu como governador em 2006. Desde então, o democrata vem afirmando que segue à risca o projeto de Serra e ressalta a sua parceria e "lealdade" com o então prefeito.
A aliança histórica do DEM com o PSDB passará, a partir da eleição, necessariamente pela apreciação de Kassab, que soube costurar o acerto com o governador José Serra, de quem foi vice na eleição de 2004, e levar a gestão nos moldes determinados pelo parceiro partidário. "Kassab vai se tornar um líder nacional, mas diferente. É gente nova, não é produto do ciclo militar. Será líder de um novo ciclo", disse à Reuters o ex-governador Cláudio Lembo, tradicional integrante do PFL (antigo nome do DEM). Lembo acredita que uma das principais características de Kassab, que conquistou Serra, é a sua lealdade não apenas ao governador como a seus projetos na prefeitura. "Tanto que aceitou e manteve os secretários do PSDB", analisou Lembo.
Faz parte da estratégia dos apoiadores de Kassab o cumprimento do mandato de quatro anos na prefeitura, sem a opção da candidatura ao governo do Estado em 2010. A medida também é uma das etapas para o projeto de Serra rumo à Presidência da República. "Não é uma vitória do partido. A vitória é da aliança comandada pelo Serra", declarou Guilherme Afif, articulador da candidatura Kassab junto com o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen. Foi por intermédio de Afif, secretário do Trabalho do governo estadual, que Kassab, hoje com 48 anos, entrou para a política, em 1985.
O PSDB aderiu formalmente à eleição de Kassab no segundo turno, depois da derrota do candidato da legenda, Geraldo Alckmin. A ala da sigla liderada por Serra, no entanto, esteve todo o primeiro turno ao lado do prefeito.
O Democratas, novo nome do PFL a partir de 2007, elegeu apenas um governador nas eleições de dois anos atrás, no Distrito Federal. Também viu reduzida sua base no Congresso, de onde exerce seu principal papel, o de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O partido elegeu 65 deputados em 2006, número que caiu para 54 hoje, com as trocas de legenda. Eram 84 em 2002 e 105 quatro anos antes. Para dirigentes do partido, a situação levou à renovação realizada no ano passado, com troca de nome e de presidente. A mudança, no entanto, ainda não se fez sentir fora de São Paulo.
Nas eleições municipais deste ano, o DEM não conseguiu levar ao segundo turno em Salvador o candidato Antonio Carlos Magalhães Neto, depois de ter perdido o governo do Estado para Jaques Wagner, do PT. A Bahia era o principal reduto da legenda. No Rio de Janeiro, a candidata do partido não atingiu 4% dos votos, depois que Cesar Maia e aliados ocuparam a prefeitura por quatro gestões. "O partido perde 4 milhões de eleitores no Rio e ganha 8 milhões em São Paulo", comemora Rodrigo Maia, filho de Cesar.
Propaganda polêmica
No primeiro turno, Kassab contrariou as pesquisas de intenção de voto e ultrapassou Marta no resultado final. A petista, que já foi prefeita entre 2000 a 2004, aparecia em primeiro nas sondagens divulgadas durante o período da campanha eleitoral. Já no início do segundo turno, a campanha da petista cometeu um deslize do qual não conseguiu se livrar. A peça publicitária que inaugurou o horário eleitoral na TV questionava a vida privada de Kassab. Seu marqueteiro, João Santana, produziu uma inserção com as seguintes perguntas: "Você sabe se ele é casado? Tem filhos", perguntava o locutor.
A propaganda causou indignação de partidos, movimentos e, inclusive, foi reprovado dentro do próprio PT. Marta se defendeu ao dizer que "não havia visto a propaganda antes dela ir para o ar" e, ao participar de sabatina, jogou a culpa no marqueteiro. A inserção, do jeito que foi elaborada, colocava dúvidas sobre a sexualidade do atual prefeito.
Campanha
Desde o começo da campanha, em agosto, tanto Kassab quanto Marta "colaram" suas imagens em figuras de peso: na do governador de São Paulo, José Serra, e na do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, respectivamente. O apoio de Serra, inclusive, agravou a crise do prefeito com Alckmin, e o de Lula, bem-vindo por candidatos até da oposição.
Logo no dia em que oficializou a sua candidatura, 29 de junho, Marta sinalizou o tom que iria adotar durante a campanha: atacar Kassab e deixar Alckmin de lado. O prefeito foi responsabilizado mais uma vez por Marta pela situação deixada pelo antecessor Celso Pitta. Em vários momentos, ela tentou colar o candidato do DEM a Pitta e Maluf. Ele, por usa vez, associou a petista à "quadrilha do mensalão".
Kassab era vice de José Serra e assumiu a prefeitura quando o tucano se elegeu como governador em 2006. Desde então, o democrata vem afirmando que segue à risca o projeto de Serra e ressalta a sua parceria e "lealdade" com o então prefeito.
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