no Estado de São Paulo
O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) já encolheu 59,9% desde o pico de alta, no dia 20 de maio deste ano, quando o País vivia a euforia do grau de investimento. O Ibovespa recuou ontem 6,5%, para 29.435,11 pontos. Foi o quinto dia consecutivo de baixa, acumulando 25,3%.A queda jogou por terra três anos de ganhos no mercado acionário. A última vez que o Ibovespa fechou abaixo de 30 mil pontos foi em 28 de outubro de 2005 (29.318 pontos). Só este ano, a perda de valor de mercado das 330 companhias de capital aberto do País é de R$ 1 trilhão, segundo a Economática.A Bovespa operou no negativo durante todo o pregão, alinhada com a deterioração das bolsas americanas e européias, que também fecharam em queda. "De repente, acelerou a queda no índice americano Dow Jones e o Ibovespa acompanhou", relatou o diretor de uma corretora de São Paulo.Já o mercado de câmbio doméstico praticamente se descolou da volatilidade no mercado mundial graças aos leilões do Banco Central. Em apenas dois leilões, o BC vendeu um volume de moeda expressivo, de cerca de US$ 2 bilhões, por meio de operações de swap cambial e de venda com recompra. O dólar comercial fechou em queda de 3,57%, a R$ 2,244.Diante da ausência de investidores estrangeiros e da retração dos investidores locais, a Bovespa encerrou os negócios com um volume negociado de R$ 3,245 bilhões, o menor desde 1º de setembro, quando o feriado do Dia do Trabalho nos EUA reduziu o giro no pregão brasileiro para R$ 1,998 bilhão. Conforme destacou o economista-chefe de uma importante instituição financeira no Brasil, o pano de fundo da acentuada queda do Ibovespa é o entendimento por um número cada vez maior de participantes do mercado de que ocorrerá uma revisão sobre o ritmo de crescimento das economias emergentes. "Já está na conta que os países desenvolvidos vão desacelerar. Agora esse cálculo começa a incluir uma reavaliação para baixo dos emergentes", afirmou.O destaque do dia foram as ações do bancos, que se sustentaram em território positivo na maior parte do dia, mas sucumbiram nos minutos finais do pregão. O Bradesco e o Itaú - este antecipando o cronograma, como fez o Unibanco na sexta-feira - divulgaram vigorosos balanços do terceiro trimestre. Mas o que acalmou os investidores foi a revelação de que as instituições não foram contaminadas pelos derivativos tóxicos.A recuperação do preço do petróleo no mercado internacional também ajudou a aliviar as perdas na Bovespa, no período da tarde, uma vez que amenizou o declínio das ações da Petrobrás. Mas o respiro durou pouco e a ação preferencial (PN) da Petrobrás acabou o dia com queda de 11,23%.
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