sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Um ano com o mesmo problema

Compare as matérias abaixo:

Infraero registra problemas em mais de um terço dos vôos do país
Da Folha online

Balanço da Infraero (estatal que administra os aeroportos) aponta que mais de um terço dos vôos no país apresentaram problemas entre a 0h e as 16h desta sexta-feira. Dos 1.301 vôos programados no período, 350 (26,9%) atrasaram em mais de uma hora e outros 109 (8,4%) foram cancelados.

Nesta sexta-feira o governo iniciou um plano de ações para evitar o caos nos principais aeroportos do país durante as festas de fim de ano.

Entre as medidas tomadas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) está o reforço na fiscalização com 130 funcionários nos aeroportos de Congonhas (zona sul de São Paulo), Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), Tom Jobim e Santos Dumont, no Rio, e no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília.

No entanto, os atrasos nos vôos não pouparam nem a presidente da agência, Solange Vieira, que enfrentou uma hora de atraso no vôo que a levou de Brasília (DF) a São Paulo.

O vôo da presidente da Anac ajudou a engrossar as estatísticas do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), local onde a aeronave pousou. Segundo a Infraero, dos 188 vôos programados da 0h às 16h, 32 (17%) sofreram atrasos e outros 26 (13,8%) foram cancelados.

Em Cumbica (Guarulhos), na Grande São Paulo, dos 156 vôos previstos, 33 (21,2%) atrasaram e outros 10 (6,4%) foram cancelados.

A pior situação, entretanto, é a registrada nos movimentos do terminal Tom Jobim, no Rio. dos 117 vôos previstos entre a 0h e 16h, 30 (25,6%) atrasaram e outros 10 (8,5%) foram cancelados.


Atrasos aumentam e atingem quase 44% dos vôos nesta quinta
Da Folha online

O número de atrasos maiores que uma hora aumentou na tarde desta quinta-feira, atingindo 43,92% dos vôos em 67 aeroportos do país. Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), 539 dos 1.227 vôos previstos para pousar ou decolar atrasaram entre a 0h e as 17h. Outros 47 vôos foram cancelados.

No primeiro boletim divulgado pela agência hoje, com dados atrasos registrados até as 10h30, o índice era de cerca de 35%.

Desde a noite de quarta-feira (20), o mau tempo e problemas com seis aeronaves causaram a nova onda de atrasos e caos no tráfego aéreo do país. O aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, ficou fechado por 50 minutos e seis aeronaves da TAM tiveram problemas, ficando impedidas de operar.

"Os dois problemas conjuntos ocasionaram essa desestruturação e hoje vimos as conseqüências", disse o presidente da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), Milton Zuanazzi. Ele disse acreditar que os atrasos acabem em 48 horas e que, para o Natal e o Ano Novo, a "tendência é de normalidade".

Informações

Além dos atrasos generalizados, a falta de informações irritou passageiros. "Para o caos eu estava preparada, mas não para a incoerência de informação", diz a médica Josita Agra, que tentava embarcar do Rio para Maceió desde a noite de ontem. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as autoridades ligadas ao tráfego aéreo.

"O mínimo que o povo espera é ser tratado com respeito. É isso que nós temos que fazer. Não pode continuar com isso [falta de informações]", disse o presidente em rápida entrevista no Palácio do Planalto. Em resposta, Anac e empresas aéreas prometeram melhor tratamento aos passageiros.

Relatório

O relatório final da comissão criada na Câmara dos Deputados para acompanhar a crise aérea responsabilizou o Comando da Aeronáutica e o Ministério da Defesa pela crise aérea que país enfrenta desde o fim de outubro. Segundo o relator, deputado Carlos Willian (PTC-MG), os problemas no controle de tráfego aéreo são responsabilidade das duas instituições. O presidente Lula foi eximido de culpa.

Embora tenha sido lido, o documento não deverá ser votado. Durante a sessão desta quinta, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) pediu vista do documento, o que adia a votação por duas sessões.

Como o recesso começa sexta (22), não há mais tempo para que o texto seja aprovado na comissão, e ela será extinta dia 31 de janeiro, pois o regimento da Casa Legislativa não permite a prorrogação dos trabalhos para comissões temporárias.

O deputado chegou a pedir a demissão dos ministros Waldir Pires (Defesa) e Luiz Carlos Bueno (Aeronáutica) antes de iniciar a leitura, mas não formalizou a declaração. Parlamentares reagiram às palavras de Willian, favoráveis à permanência de Pires e Bueno.

A primeira matéria é do dia 21 de dezembro de 2007, mais conhecido como hoje. A segunda é do dia 21 de dezembro de 2006, ou seja, há exato um ano. Há um ano que o governo Lula não consegue dar um jeito nos aeroportos. Há um ano que sabemos da maneira amorosa que a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) trata as empresas aéreas. Há um ano, infelizmente, os passageiros se acostumaram com a crise aérea. Ao invés de fazer barulho, ao invés de reclamar, prefere “se prepara para o caos”. Há um ano os lulistas bolivarianos debocham dos sofrimentos dos passageiros nos saguões dos aeroportos. Segundo eles, isso é problema da Dona Zélite. Veja que 365 dias separam uma matéria da outra. E em 365 dias o governo Lula não soube e ainda não sabe o que fazer para acabar com a crise aérea. Quem sabe daqui 365 dias não estarei eu aqui no blog relembrando não duas, mas três matérias da Folha online ou de qualquer outra agência de notícias mostrando que as nossas autoridades não deram conta de resolver a crise aérea. Tempo eles têm, o problema é que falta competência.

Nenhum comentário: