sábado, 22 de dezembro de 2007

Canalheiros encerra o mensalão

Eu ia escrever outra coisa, mas achei que o assunto que vou abordar mais interessante. Depois, quem sabe, não publico o que ainda está incompleto aqui no computador? Deve ser a minha consciência que está mais leve. Não, eu não fui confessar. Natal não época para confissões. Semana Santa sim é o tempo para contar tudo para o padre. Fui cortar o cabelo. Vocês não sabem o alívio que é ter a consciência leve e cabelos bem cortados.
No cabeleireiro sempre tem uma revista Veja antiga. Não só no cabeleireiro, mas nos consultórios médicos também. A esquerda fala mal da revista, mas ela sempre está ali, mesmo que velha, nas estantes dos consultórios e dos cabeleireiros. Fui cortar o cabelo. Enquanto esperava minha vez fui folheando uma Veja que estava em cima da poltrona. Ela não era tão velha assim. Numa das reportagens que li enquanto esperava minha vez de dar uma ajeitada na cabeleirea falava da absolvição de Renan Canalheiros. Tudo foi armado pelo governo Lula. Canalheiros renuncia à Presidência do Senado e os senadores o absolvem de mais uma denúncia. Antes ninguém sabia quem pagava a pensão da filha do senador alagoano. Com a segunda absolvição (que a revista mencionava) ninguém saberá se Canalheiros usou “laranjas” para comprar rádios em Alagoas. Renan agora é uma sombra. É mais um no Senado. Fará de tudo para não aparecer na mídia. Resta saber se a mídia vai deixar Renan de lado. Eu não! Renan sempre será lembrado neste blog assim como é lembrado o ex-senador e atual deputado federal Jader Barbalho. Quando estava na oposição Lula odiava Barbalho. Quando virou presidente beijou a mão do ladrão da Sudam. Num comício no Pará Lula dividiu palanque com o corrupto. Nenhum petista do naipe de José Dirceu reclamou. Ninguém sentiu nojo do Lula beijar a mão de Jader. É que todo mundo ali é igual... Bem, vamos voltar ao Renan Canalheiros. Senão este post não vai valer a pena. Senão terei que acabar aquele outro assunto que está arquivado no computador e, quem sabe um dia, eu termino. A segunda absolvição de Canalheiros fechou o ciclo do mensalão. Sim. Em 2005, Duda Mendonça prestou depoimento na CPI dos Correios. Confessou que recebeu dinheiro da campanha de Lula de 2002 no exterior. A nossa lei não permite isso. Era a senha para a oposição se juntar e pedir a cabeça de Lula. Que nada! A oposição fraquejou. Deixaram Lula sangrar até outubro de 2006 e se deram mal. Lula foi reeleito e até hoje ninguém sabe dos milhões que o PT pagou para Duda Mendonça no estrangeiro. Lula pensou que cairia depois do depoimento do seu marqueteiro. Os petistas bobos que acreditam na “causa” (em algum post aí abaixo falo dos petistas espertos e dos bobos) choraram durante o depoimento de Duda Mendonça. Sim, era verdade. O PT não era o dono da ética. Todo aquele discurso construído por Lula, José Dirceu e companhia caiu por terra com o depoimento do marqueteiro. Mas, a oposição não fez nada. Se tivesse pressão Lula cairia. Se Lula caísse quem assumiria era José Alencar. Na época do mensalão, José Alencar era do PL (que hoje virou PR). O partido do vice-presidente havia recebido dinheiro do Marcos Valério. Alencar cairia na certa. O próximo da fila era o então presidente da Câmara Severino Cavalcante. Ele também cairia se assumisse a Presidência da República por conta do mensalinho cobrado do dono de um restaurante lá no Congresso Nacional. Quem seria o próximo? Isso mesmo. Renan Canalheiros viria depois de Severino. Dois anos depois de Lula quase ir parar na sarjeta do Planalto descobrimos que todos os possíveis sucessores presidenciais estavam envolvidos em alguma falcatrua. A segunda absolvição de Renan Canalheiros fecha o ciclo de impunidades do mensalão. Lula e José Alencar foram reeleitos em 2006. Severino Cavalcante renunciou ao mandato e até hoje continua livre, leve e solto. Renan renunciou só a presidência do Senado em troca da manutenção do seu mandato. Pronto! Com Renan Canalheiros livre a República de Banana está a salvo. Ninguém preso. Ninguém punido. Depois da sessão que o absolveu Renan Canalheiros foi comemorar na casa de José Sarney. Segundo a reportagem da revista Veja, que fez passar o tempo enquanto esperava cortar o cabelo, Canalheiros estava muito a vontade, com um copo de uísque na mão e zombando de Jefferson Pérez, integrante do Conselho de Ética do Senado que havia pedido a cassação do seu mandato. Os petistas comemoram suas glórias fumando um charuto cubano. Renan Canaleiros prefere um copo de uísque. Essa gente é sofisticada demais para um país tão atrasado.

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