segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Presidência turbina gastos no setor em ano de eleição

Por Afonso Benites e Rubens Valente
na Folha de São Paulo

A Presidência gastou mais com publicidade em anos eleitorais do que em anos sem disputa nas urnas. Levantamento feito pela Folha revelou que os anos de 2004 e 2006 foram os que a administração petista mais desembolsou. Em 2005 e 2007, as despesas caíram.Em valores absolutos, o ano de 2006, em que o presidente Lula foi reeleito, foi o recordista em gastos, com R$ 156,1 milhões. Em seguida aparece 2004, ano de eleições municipais, com R$ 137 milhões.Em 2005, o valor foi de R$ 102,7 milhões. De janeiro a setembro deste ano, a Presidência gastou R$ 43,6 milhões com propaganda.A média mensal de gastos com propaganda foi de R$ 11,4 milhões em 2004 e de R$ 13 milhões em 2006. Em 2005, a média mensal foi de R$ 8,5 milhões. Em 2007, até setembro, foi de R$ 4,8 milhões.Entre 2004 e 2007, a agência de publicidade Lew Lara Propaganda recebeu R$ 158,8 milhões da Presidência, e 77% do total (R$ 106 milhões) foram pagos em anos eleitorais. A outra contratada, a Matisse, recebeu um pouco mais, R$ 160 milhões, e 78% dessa quantia foi paga nos anos de 2004 e de 2006. A empresa do publicitário Duda Mendonça, que não trabalha mais com o governo, recebeu R$ 93,4 milhões nos anos de 2004 e 2005.Os valores apresentados foram corrigidos pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado), do IBGE.A secretaria de Comunicação da Presidência não reconheceu as conclusões obtidas a partir da leitura dos dados públicos disponíveis para consulta no Portal Transparência. Segundo a secretaria, o governo tem menos despesas em anos eleitorais do que em outros anos devido à Lei Eleitoral (9.504/97), que impede que os gastos com publicidade seja superior à média dos três últimos anos.De acordo com a secretaria, os gastos na área de publicidade têm caído anualmente, saindo de R$ 145,7 milhões em 2004 para R$ 141 milhões em 2005 e R$ 100 milhões em 2006.

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