sábado, 4 de abril de 2009

Senadores usam gráfica da Casa para autopromoção

Por Andreza Matais
na Folha

"Hoje estou completando 57 anos. Recebi muitas cartas, e-mails de felicitações. Vários senadores me homenagearam no plenário, destacando o meu trabalho pelas causas sociais. Fiquei agradecido. Creio que o homem que ainda não descobriu uma causa pela qual possa morrer é porque ainda não entendeu o sentido da vida.""Quando a agenda permitia, não se furtava em aceitar [convites para programas de TV], "passando" a imagem de competência/eficiência, aliada a um toque de discreto charme."Os trechos fazem parte, respectivamente, de uma obra chamada "O Canto dos Pássaros nas Manhãs do Brasil", de Paulo Paim (PT-RS), e de um livro cujo título, mais simples e direto, é "Delcídio na TV". Em comum, as publicações foram impressas num dos maiores centros gráficos do país, que consome cerca de R$ 30 milhões anuais. Esse valor é gasto também na impressão de leis, discursos, requerimentos, entre outras publicações.Essa quantia equivale à compra de 5 milhões de livros didáticos, pelo preço pago em 2008 pelo Ministério da Educação.A Folha precisou de uma autorização para visitar as instalações da Secretaria Especial de Editoração e Publicações, a "gráfica do Senado", um dos símbolos do empreguismo no serviço público. Classificada como área de segurança, de acesso restrito aos próprios servidores do Senado, a estrutura não era fotografada pela imprensa havia dez anos.Instalada numa área construída de 21 mil m2, equivalente a dois campos de futebol, a gráfica existe desde os anos 60 para viabilizar publicações "relativas às atividades parlamentares desenvolvidas no âmbito dos plenários e das comissões, tais como separatas de projetos de lei, leis, discursos, requerimentos e síntese de atividade parlamentar", segundo ato da cúpula da Casa. Leia mais aqui.

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