quinta-feira, 5 de março de 2009

Acostumando com tudo

Do site G1:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, nesta quinta-feira (5), em Brasília, que não recebeu com “surpresa” a eleição do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) para o comando da Comissão de Infraestrutura do Senado.
Com o apoio do PMDB, mais explicitamente do presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP) e do líder do partido na Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que compõem a base de apoio ao governo, Collor venceu a disputa contra a senadora Ideli Salvatti (PT-SC).
Se a tradição de divisão do comando das comissões fosse levado em conta, o PT teria direito de comandar a comissão, que é importante para o acompanhamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em entrevista após a abertura da reunião do Seminário Internacional sobre o Desenvolvimento, realizada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), Lula disse que o PMDB apenas cumpriu um acordo feito com Collor à época da eleição de José Sarney. “Os votos que elegeram o Collor foram os votos que elegeram o Sarney. Não vejo isso com surpresa não”, afirmou Lula.
Lula não endossou as críticas do PT à eleição de Collor pela quebra do princípio da proporcionalidade, que garantiria regimentalmente a vaga para a petista Ideli Salvatti. Tradicionalmente, a distribuição das comissões é feita privilegiando as maiores bancadas.
Como o PT tem a quarta maior bancada, e o PTB, a quinta, o senador Aloízio Mercadante (PT-SP) chamou o acordo que elegeu Collor de "espúrio". “O PT tinha direito [a assumir a comissão] se a proporcionalidade tivesse sido respeitada desde o começo. Não foi. Vivendo e aprendendo. E fazer disso uma boa salada”, afirmou Lula.


Ah, se fosse em outros tempos. Naqueles tempos em que o PT batia no peito e dizia ser o único partido ético do Brasil. Lula não sentiria esta mesma tranqüilidade ao ver Fernando Collor de Melo assumir a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Ao dizer que a eleição de Collor não causou nenhuma surpresa só demonstra os tempos lulistas que o país atravessa: acostumado com tudo. O brasileiro está assim hoje: recebendo notícias políticas sem nenhuma surpresa.

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