quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Delúbio reafirma sua defesa ao depor sobre o mensalão em SP

Por Ana Paula Boni
na Folha de São Paulo

Réu no processo do mensalão, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares negou à Justiça a existência do esquema, disse que o presidente Lula não tomou conhecimento do caso e reafirmou que os empréstimos feitos por meio de Marcos Valério serviram para pagar dívidas partidárias, informaram advogados que assistiram a seu interrogatório. Ontem, na 2ª Vara Criminal, foi o primeiro dia de interrogatórios em São Paulo de réus do mensalão.As dívidas seriam relativas a despesas do PT nas campanhas de 2004 e a gastos com viagens de petistas a Brasília -tanto para reuniões do grupo de transição do governo FHC para o governo Lula como para a festa da posse do presidente eleito. Na sessão, realizada a portas fechadas, o ex-petista disse nunca ter falado dos empréstimos nos bancos Rural e BMG com Lula e que o ex-ministro José Dirceu, réu no processo, não tinha conhecimento do assunto.Interrogado por cerca de duas horas no final da tarde pela juíza Sílvia Maria Rocha, Delúbio -investigado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção ativa- não respondeu a questionamentos do Ministério Público e dos advogados de outros réus. "Isso é um critério da defesa", afirmou seu advogado, Celso Vilardi. Delúbio disse apenas "boa noite"."O interrogatório é um ato de defesa. As perguntas necessárias foram feitas pela juíza", disse Vilardi, segundo o qual o ex-tesoureiro -que seguiu a mesma linha de defesa adotada na CPI dos Correios em 2005- respondeu a todas as questões.Segundo relatos de advogados, Delúbio não citou nomes de políticos que teriam participado de encontros em que seria discutido o repasse de recursos.No início da tarde, foi interrogado o ex-sócio da corretora Bônus-Banval Breno Fischberg. Seu advogado disse que ele negou envolvimento em remessas ilegais ao exterior. "O grande problema é que as pessoas não conhecem o mercado financeiro e querem julgar sobre mercado sem conhecê-lo. Todas as operações [da corretora] são regulares."Hoje devem depor José Dirceu, Silvio Pereira e Enivaldo Quadrado.

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