terça-feira, 30 de outubro de 2007

Em tom irônico, Teixeira desdenha da violência brasileira para 2014

por Leandro Canôncio
no UOL Esportes

Na entrevista coletiva logo após o anúncio da decisão da Fifa, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ricardo Teixeira, principal responsável da candidatura à Copa do Mundo de 2014, se irritou ao falar da violência das cidades brasileiras candidatas à sede do Mundial.
"Eu acredito que o problema da violência é um problema internacional (...). Eu vejo nos EUA, garotos atirando nas escolas. Pelo menos no Brasil não temos isso. (...) Ainda mais há países supostamente muito seguros onde a polícia assassina inocentes [em referência ao caso do brasileiro Jean Charles de Menezes morto no metrô de Londres em 2005]", declarou o dirigente, que foi questionado por um repórter canadense. Depois de dizer que o "problema da violência não é um privilégio brasileiro", Teixeira atacou, em tom irônico, o país do jornalista. "Inclusive recentemente tivemos um caso da delegação que foi ao Canadá, que foram agredidos pela polícia canadense também, mas eu tenho convicção absoluta que isso é algo que poderia ter acontecido em qualquer outro país", rebateu ele, que fez também referência ao aparato de segurança montado o Pan como exemplo da capacidade brasileira de diminuir a violência."No Pan, tivemos um exemplo disso. Não tivemos nenhum acontecimento no Rio de Janeiro. Tivemos uma Força [Força Nacional] que não tivemos nenhuma violência contra ninguém no Pan", respondeu. A violência foi um ponto praticamente ignorado pela Fifa no seu relatório após inspeções no território brasileiro. Logo após a fala do presidente da CBF até Joseph Blatter, comandante da Fifa, interveio e pediu a palavra. "Fizeram-me a mesma pergunta quando decidimos pela Copa na África do Sul. Agora fazem de novo na vez do Brasil. Um pouco de respeito ao futebol, às instituições, à casa da Fifa, muito obrigado", atacou o suíço.Teixeira ainda passou por outro apuro ao ser questionado da ausência de Pelé na candidatura brasileira na Suíça. "Eu não sei onde o Pelé está. Sei que chamei dois jogadores que foram destaque durante minha passagem na CBF: Dunga e Romário", disse.

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