quinta-feira, 1 de novembro de 2007

'Brasil não é a Venezuela', diz Aécio sobre 3º mandato

por Eduardo Kattah
no Estado de São Paulo

O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), disse ontem que não acredita na possibilidade de uma mudança constitucional que permita ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva disputar um terceiro mandato. “O Brasil não é a Venezuela. Acho que temos instituições muito sólidas”, afirmou Aécio em entrevista à Rádio Bandeirantes, de Zurique, na Suíça, onde participou da solenidade oficial de anúncio do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014.Segundo ele, o próprio Lula não deve ter interesse num terceiro mandato. “Faço até justiça ao presidente. Pode até ser que em seu entorno alguns áulicos ainda alimentem esse sonho. Mas não é bom para o Brasil, não é bom para o presidente Lula e não acredito que ele pessoalmente tenha esse interesse.”Aécio observou que considera “até legítimo” que o presidente volte a se candidatar no futuro, pois “terá, provavelmente, idade para isso”. “Mas mudar a Constituição neste instante é um desserviço à democracia e o Brasil não aceitaria isso de forma alguma”, salientou.De acordo com o governador, a disputa presidencial de 2010 será a primeira eleição direta nos últimos 40 anos “sem o Lula na chapa”. “A última eleição presidencial que nós tivemos foi com Jânio Quadros, obviamente, antes da revolução, antes do golpe de Estado, e depois todas as outras eleições nós tivemos Lula na cédula. Isso por si só já é um fator que mudará e muito a própria percepção das pessoas em relação à disputa”, argumentou. Aécio é um dos principais aspirantes à candidatura presidencial na eleição de 2010.Questionado sobre uma nova “política do café com leite” e se estaria na hora de Minas voltar ao poder - numa referência à sua eventual candidatura -, o tucano esquivou-se e disse que São Paulo e Minas “sempre terão um papel muito importante na vida” do País. Aproveitou, porém, para defender a construção de “um projeto de Brasil”, dissociado de questões partidárias.“É um projeto que seja aprovado nas eleições e permita que a gente supere estes últimos tempos em que se elege um presidente da República e não se sabe quais são os compromissos do presidente da República, qual o compromisso com a reforma previdenciária, com a reforma tributária, trabalhista”, defendeu.

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