terça-feira, 27 de novembro de 2007

Parecer de Virgílio também será pela cassação de Renan

Por Rosa Costa
no Estado de São Paulo

No parecer que apresentará amanhã na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), vai endossar a conclusão do relator do Conselho de Ética, Jefferson Péres (PDT-AM), que recomendou a cassação do presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), por quebra de decoro parlamentar. "Fiz uma peça densa e extensa, mostrando que o processo se ajusta ao que determinam as normas constitucionais", disse Virgílio.Segundo o líder tucano, cabe agora aos presidentes da CCJ, Marco Maciel (DEM-PE), e interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), encaminhar a representação, a terceira apresentada contra Renan. Nessa, ele é acusado de ter usado laranjas para comprar duas emissoras de rádio e um jornal diário em Alagoas.Se houver pedido de vista, Marco Maciel adiará a votação do parecer de Virgílio para o dia seguinte, quinta-feira. Nesse caso, Viana adiantou que a votação no plenário ficará para a próxima semana. "Na última vez mudou-se o curso da votação dois dias antes do julgamento", lembrou, referindo-se ao fato de que há uma semana Virgílio decidiu pedir mais prazo para apresentar seu relatório na CCJ, embaralhando o cronograma do processo contra Renan.Oficialmente, o tucano disse que o atraso foi motivado pelo Congresso Nacional do PSDB, realizado em Brasília na semana passada. No entanto, a manobra foi produto de um acerto de bastidores entre os oposicionistas para impedir um suposto "acordão" dos governistas para inocentar Renan. Por esse acordo, a base aliada ao Planalto votaria em peso pela absolvição no plenário, em troca do apoio dos peemedebistas à emenda que prorroga a CPMF até 2011.Renan renovou na semana passada o pedido de licença da presidência do Senado até 29 de dezembro. Como justificativa, argumentou que não quer interferir na tramitação do processo por quebra de decoro, vinculando-o à votação da CPMF.O peemedebista tem comparecido regularmente às sessões do plenário, mas evita se expor com discursos ou apartes. Seu futuro político é incerto e depende em grande parte dos 12 senadores da bancada do PT.No início a operação parecia simples: o Planalto agiria para garantir a absolvição de Renan e o PMDB, em troca, trabalharia para aprovar a CPMF. Mas senadores não ouvidos sobre a estratégia, como Gérson Camata (PMDB-ES), não gostaram do arranjo. Da tribuna, Camata já avisou que o imposto do cheque perderá seu voto, caso Renan seja inocentado.Também os petistas estão em busca de uma fórmula que resolva os problemas do governo, mas não os exponha publicamente, como aconteceu na votação da primeira representação em plenário, quando Renan foi absolvido. E eles até hoje são cobrados na rua pela decisão.
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