domingo, 22 de março de 2009

Eu apóio esta briga

No Estadão:

Nos últimos 45 dias, sem votar projetos, o Senado foi atropelado por uma crise ética que paralisou a Casa e deixou como saldo a pior imagem para uma instituição pública: a de que virou um espaço para servir a interesses privados. Pela boca dos próprios parlamentares e de representantes da sociedade civil, que acompanharam de perto o desenrolar da crise, as práticas do Senado são vistas como típicas de "um clube de amigos" que fez "um pacto de silêncio".

A mistura de ineficiência e desmando político-administrativo consentida pelos próprios senadores pode ser medida só com os números da galopante folha salarial. Os R$ 2,1 bilhões gastos em 2007 subiram para R$ 2,8 bilhões no ano passado. Para este ano, a folha salarial é de R$ 3 bilhões - 42,8% de aumento em dois anos. Uma conta fácil de explicar porque muitos dos diretores do Senado, que cuidam só de serviços gerais, ganham até R$ 20 mil mensais.

Foram as feridas políticas abertas com a disputa pelo controle da Presidência - ganha pelo senador José Sarney (PMDB-AP) contra Tião Viana (PT-AC) - que destravaram a briga fratricida entre setores de PMDB e PT e deflagraram uma onda de revelações sobre os maus costumes da Casa.

Isso resultou na descoberta de pagamentos de horas extras em mês de recesso parlamentar (janeiro), fartura de cargos de direção (leia na página 6), uso indevido de imóveis funcionais por diretores, má utilização de verbas indenizatórias, entre outros problemas. Em um mês e meio, esse turbilhão se tornou o centro de cada conversa no Senado, e nada foi discutido ou votado fora dessa "agenda".
Leia mais aqui.

Oba! Eu apóio essa briga, essas feridas abertas depois da eleição de José Sarney para a presidência do Senado. De um lado, o grupo derrotado de Tião Viana acusa os aspones de Sarney. O vencedor acusa seu adversário de emprestar o celular do Senado para a filha usar em uma viagem ao México. Isso é muito bom! Quando eles brigam nós podemos ter acesso aos podres do Congresso. Vamos vendo as diretorias de p. nenhuma que consome dinheiro público, vamos vendo o nosso dinheiro sendo usado para pagar mansões de funcionários do Senado e contas de celular usadas pela filha de vossa excelência. Isso é muito bom! Quanto mais eles brigam, mais nós sabemos dos podres congressistas que colocamos lá nas últimas eleições.

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