sábado, 4 de outubro de 2008

Lula elogia o Proer, programa feito por FHC

Por João Domingos
no Estado de São Paulo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o Proer, programa econômico feito pelo antecessor Fernando Henrique Cardoso, para ajudar bancos em dificuldades. Lula disse também que em seu governo jamais baixará um pacote econômico. Apenas vigiará a crise "com lupa", para se antecipar a qualquer ameaça de tempestade econômica que aparecer. Lula atribuiu ainda à sua "competência" e não ao fator sorte o fato de o Brasil estar, segundo ele, imune à crise econômica que começou nos Estados Unidos e se alastrou para a Europa. Lula fez as declarações na cerimônia de 70 anos do Sindicato dos Químicos do ABC, realizada ontem, em Santo André. Ao se referir ao Proer, lembrou que a iniciativa custou U$ 24 bilhões, enquanto que o pacote de salvação dos bancos norte-americanos é de U$ 850 bilhões e ninguém sabe ainda ao certo o que vai acontecer. Para Lula, o Brasil tem condições de enfrentar a crise atual porque hoje seu comércio com os Estados Unidos representa 15% e não mais 40%, como antes. "Hoje temos outros parceiros e os países emergentes têm dólar estocado", disse. Apesar dos elogios ao Proer, Lula criticou a gestão de Fernando Henrique Cardoso. Disse que durante a crise asiática, da Rússia e do México, infinitamente menor do que a atual, o Brasil quebrou duas vezes. Tudo isso aconteceu, segundo o presidente, porque outros dirigentes não tiveram coragem de tomar iniciativas. Ele, pelo contrário, afirnou, fez de tudo para se preparar para eventuais problemas. "Em 2003, apostei minha credibilidade política para consertar a política econômica. Cortei na veia".O resultado, disse Lula, pode ser comprovado agora. "Nos últimos cinco anos, só emprego com carteira assinada, foram 10 milhões, contra 8 milhões de desempregos há 10 anos". Ele atacou os "palpiteiros". "Alguns podem dizer: ''é sorte, a economia estava boa quando ele entrou. Não foi nada disso. Foi graças a esses sacrifícios que fizemos que agora estamos comemorando. Fico pensando quanta gente gostaria de estar na minha pele agora. Tudo está crescendo. Até os jornais estão contratando mais gente. Tem jornal agora até de R$ 0,50", disse Lula.Lula aproveitou para anunciar uma série de investimentos: quatro refinarias em Pernambuco, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte e cinco novas siderúrgicas no País. Disse que conversou com a Vale para que passe a processar minérios no Brasil, em vez de só exportar a matéria-prima.

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