sábado, 4 de outubro de 2008

É só dar dindin que eles calam

Começo de 2007. O governador Alcides Rodrigues, o popular Cidinho, começa o seu governo (seu mesmo, afinal, assumira o cargo em abril de 2006) falando que o Estado estava quebrado, que não tinha dinheiro no cofre. Como assim? O Tempo Novo não tinha dado um jeito na enorme dívida que o Tempo Velho havia deixado? Pois é. Cidinho disse que seria necessário fazer uma reforma administrativa, colocar as coisas no lugar e acabar com o estado paquidérmico. E a reforma não saía do papel. Cidinho dizia que amanhã sairia. O amanhã era hoje e nada de reforma. E da-lhe editoriais e colunas pedindo a reforma, questionando a falta de grana. Fomos enganados pela propaganda temponovista.
O começo do governo Cidinho foi difícil. A imprensa pegava no pé. Queria saber das coisas, da reforma administrativa que nunca saía do papel. De repente a reforma sai. Cargos são cortados, secretarias eliminadas. Tempos depois as pessoas que saíram foram sendo recolocadas em outros órgãos. E a imprensa goiana foi se calando. As críticas quanto a reforma foram ficando nos arquivos.
Cadê a imprensa que cobrava ação do governo? Cadê os editoriais e as colunas que pediam ação imediata para tapar os buracos nos cofres públicos? Cadê o dinheiro? O gato comeu? Cidinho agora tem grana. E mesmo brigado com Marconi Perillo faz que nem ele: dá dinheiro para a imprensa através de publicidade estatal. E a imprensa agradece. Nada de cobranças. Só fotos de Cidinho inaugurando obras. É só dar dindin que eles calam. Espera só a torneira secar de novo. É só ler a chiadeira nos editoriais e nas colunas e saberá que alguma coisa não saiu lá do Palácio das Esmeraldas. Aqui a imprensa não fica de olho nos políticos. Prefere passar o boné.

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