domingo, 21 de outubro de 2007

Mais uma da seita do Edir Macedo

da Folha online

Um pastor da Igreja Universal do Reino de Deus é suspeito de ter furtado e queimado, em São Borja (RS), duas peças religiosas cadastradas no Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional).
O Ministério Público do Rio Grande do Sul e a Polícia Federal investigam o caso. O pastor Fábio Pereira nega o crime.
Segundo o promotor Érico Fernando Barin, as duas imagens (de São Pedro e do Senhor Morto) faziam parte do acervo da família Chagas, tradicional na cidade. Eram esculturas talhadas em madeira com vestígios de policromia, com autoria desconhecida, do século 17 ou 18, da história missioneira.
A descoberta do sumiço foi feita, segundo Barin, quando a família decidiu, após a morte de um dos membros, doar várias obras a um museu da cidade. Duas delas não estavam mais na casa.
O familiar morreu no dia 30 de julho. De acordo com o promotor, o pastor visitava o doente constantemente. "O sumiço só foi notado quando começou a ser feito o inventário. A família ligou os dois fatos, pois o pastor andava freqüentando a casa e até dizendo que os males do familiar tinha relação com a presença das peças."
Segundo ele, há a suspeita de o pastor ter queimado as imagens durante um culto. Um mandado de busca e apreensão foi cumprido na casa dele, mas as peças não foram encontradas. "Havia apenas restos, que podem ser de uma das imagens", diz Barin.
O processo corre na 3ª Vara Cível de São Borja. Pereira já contestou a ação. Segundo Barin, ele disse que o Ministério Público não tinha legitimidade para julgar o caso e afirmou que não havia prova incontestável de que as peças eram as mesmas da família Chagas. Afirmou também que, mesmo que fossem, poderia ter havido uma doação lícita.
A reportagem não conseguiu falar com Pereira nem com seu advogado hoje. Também não localizou ninguém da Igreja Universal do Reino de Deus.
O pastor da Universal deverá responder por furto e dano ao patrimônio histórico.

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