sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Governo mira em "infiéis" da própria base aliada

Da Folha de São Paulo

O resultado da votação levou o governo a prometer retaliação contra "infiéis". De 53 senadores em partidos aliados, só 45 ficaram ao lado do Planalto. Com isso, o governo riscou de sua lista nomes como Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Geraldo Mesquita (PMDB-AC), Expedito Jr. (PR-RO), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Mão Santa (PMDB-PI).Mesquita e Expedito desafiaram o governo a retaliá-los. "Se houver retaliação, vou denunciar. A votação tem que ser encarada como parte do jogo democrático", disse Expedito.Mesquita afirmou que não tem "nem cargo de síndico", o que dificultará uma eventual retaliação. "Só se o palácio for burro e não entender que isso faz parte da democracia." O problema do senador é com a concentração de poder nas mãos de Tião Viana (PT-AC) e do ex-governador Jorge Viana (PT), que controlam a maioria dos cargos federais no Estado.Ao fazer uma análise do resultado, os líderes governistas avaliaram que a derrota foi imposta pela base aliada -e não pela oposição. O ministro José Múcio (Relações Institucionais), que comandou a reta final das negociações, reconheceu: "Poderia até dizer que perdemos para nós mesmos". Assim, a estratégia do governo será construir "pontes" com DEM e PSDB para aprovar projetos de interesse do Planalto.A base aliada conta, na prática, apenas com 47 senadores: os 45 que votaram a favor da CPMF, mais Romeu Tuma (PTB-SP) e César Borges (PR-BA). Os dois foram obrigados a votar contra sob a ameaça de perda de mandato por parte do Democratas, partido do qual saíram para ingressar em siglas governistas exatamente para votar projetos de interesse do presidente Lula.

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