quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A posse e a solidariedade

Garibaldi Alves (PMDB – RN) é o mais novo presidente do Senado. No seu discurso de posse ele se comprometeu em reerguer a imagem da Casa e admitiu que assume o cargo num momento “traumático”. Se me comovo com este discurso? Claro que não. É o mesmo discurso, a mesma ladainha, as mesmas palavras utilizadas por qualquer político que assume qualquer cargo. Se o momento é bom, ele fala que vai ouvir todo mundo, que vai manter a paz e a tranqüilidade. Se o momento é traumático, ele vai reerguer a imagem da instituição. Todo político é igual. Todo político é vagabundo. Ao mesmo tempo em que Garibaldi fala que deseja reerguer a imagem do Senado, ele presta solidariedade àquele que transformou o Senado numa extensão do seu banheiro. Garibaldi não quer saber se Renan Canalheiros usou “laranjas” para comprar rádios em Alagoas, muito menos se ele tentou espionar os senadores goianos Marconi Perillo e Demóstenes Torres. Talvez Garibaldi pense que nem o deputado Arlindo Chinaglia quando assumiu a Presidência da Câmara: o passado é uma página virada. Vai ver, neste mandato tampão de Garibaldi, Renan veja enterrado de uma vez por todas as denúncias que pesam nas suas costas. Aliás, o mesmo Garibaldi que deseja reerguer a imagem do Senado é suspeito de fazer caixa 2 na sua campanha eleitoral de 2002. Será que vai ter algum processo contra o novo presidente no Conselho de Ética? Claro que não. Esse negócio de assumir cargo em momentos traumáticos para reerguer a imagem da instituição não é conversa pra boi dormir e sim uma repetição de um discurso de mais um político vagabundo.

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