terça-feira, 27 de maio de 2008

PT libera alianças com tucanos, mas não em BH

Por Luciana Nunes Leal
no Estado de São Paulo

A Executiva Nacional do PT confirmou ontem o veto à coligação do PSDB com o PT em Belo Horizonte, mas, na mesma reunião, apoiou alianças muito semelhantes entre petistas e oposicionistas em 12 cidades - em 8 delas o acordo envolve tucanos. Questionada por que a união em Belo Horizonte foi rejeitada, a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), argumentou que o caso ganhou dimensão nacional. "Dizem que o caso de Belo Horizonte poderia ser idêntico aos outros. O problema é que os outros não tiveram a visibilidade de Belo Horizonte, não tiveram o dedinho, o desejo, a ansiedade de Aécio Neves", ironizou.A aliança na capital mineira é articulada pelo atual prefeito, o petista Fernando Pimentel, e pelo governador tucano Aécio Neves. Os dois se dispõem a apoiar a candidatura de Márcio Lacerda (PSB), secretário de Desenvolvimento Econômico do governo estadual. O deputado estadual Roberto Carvalho (PT) seria o vice na chapa.No total, a Executiva Nacional avaliou os casos de 17 municípios em que o PT tem possibilidade de se unir ao PSDB, ao DEM ou ao PPS. Foram aprovadas 12 alianças e rejeitadas 5. O veto em Belo Horizonte foi ratificado por 13 votos a 2. Em abril, pelo mesmo placar, já tinha sido votado um indicativo contrário à aliança. As decisões de ontem ainda podem ser contestadas no Diretório Nacional do PT, que deve dar a palavra final na reunião marcada para sexta-feira e sábado, em Brasília.Entre as alianças aprovadas ontem está a coligação com o DEM e o PSDB em São Vicente (SP), onde os dois partidos apoiarão o PT. No Guarujá (SP) e em Canoas (RS), a coligação será com o DEM. A Executiva permitiu as alianças, mas proibiu o PT de participar de chapas majoritárias com os partidos oposicionistas, com candidatos a prefeito ou a vice. Em Nova Iguaçu (RJ), foi aprovado o apoio dos tucanos ao PT. Em Palmas (TO) e Montes Claros (MG), o PT apoiará o PPS.A coligação em Belo Horizonte foi defendida na reunião de ontem por Roberto Carvalho e pelo deputado Miguel Correia Júnior (MG), ligado a Pimentel. Ao deixar a sede do PT, ambos disseram que, se for rejeitada pelo Diretório, a aliança será feita informalmente. "A aliança acontecerá formal ou informalmente", insistiu Carvalho.

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