quarta-feira, 28 de maio de 2008

Farc dizem que morte de Tirofijo ''não muda nada''

No Estado de São Paulo com agências internacionais

O grupo rebelde Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciou ontem que a morte de seu líder máximo, Manuel Marulanda, o "Tirofijo" (Tiro Certeiro), não muda em nada as condições impostas para negociar a troca de reféns em seu poder por guerrilheiros presos. "Continuaremos com nossas tarefas de acordo com os planos aprovados, solidamente unidos e profundamente otimistas de seguir adiante, apesar das adversidades", afirmou o grupo num comunicado divulgado na internet, acrescentando que também "continuam vigentes" suas exigências para negociar uma saída política para o conflito. O grupo quer que 500 rebeldes sejam soltos em troca da libertação de 40 reféns políticos. Para negociar a paz, exige a desmilitarização de dois municípios da região de Valle del Cauca. Bogotá rejeita as condições.Em sua última mensagem a outros membros do secretariado das Farc, Marulanda deu instruções sobre as negociações com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, que buscava mediar uma ampla troca de reféns por rebeldes presos, informou o jornal El Tiempo, de Bogotá, citando dados divulgados pelo governo. O último e-mail de Marulanda - cuja morte, em março, foi confirmada domingo pelas Farc - teria sido encontrado num dos computadores do porta-voz da guerrilha, Raúl Reyes, morto em março num ataque colombiano a seu acampamento no Equador. Segundo El Tiempo, no e-mail Tirofijo cita a ajuda financeira que Bogotá diz que Chávez ofereceu à guerrilha. "É preciso esclarecer as condições, (ver) se é um empréstimo ou por solidariedade - o que resolveria um sério problema estratégico na luta contra a agressão gringa encabeçada pelo (presidente colombiano, Álvaro) Uribe", teria escrito Marulanda. "A impressão que dá é que o homem (supostamente Chávez) está interessado em fazer aportes à causa bolivariana das Farc para conseguir fortalecer seu projeto político em vários países." Em outro trecho, Marulanda fala da necessidade de "consolidar as boas relações com a vizinhança" e menciona um "aporte de 300". Segundo autoridades, seriam os US$ 300 milhões que o governo venezuelano se teria comprometido a repassar aos rebeldes. Para o lugar de Marulanda a guerrilha designou Alfonso Cano. Segunda-feira, o ministro do Interior, Carlos Holguín, enviou a primeira mensagem a Cano: "Se ele quiser, estará aberta a porta da paz, mas se continuar com a guerra, os militares vão persegui-lo e matá-lo." Segundo o ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, com a morte de Marulanda "será mais fácil acabar com as Farc".
RECOMPENSA
As autoridades colombianas ofereceram ontem 5 bilhões de pesos (US$ 2,7 milhões) a quem der informações que permitam localizar o corpo de Marulanda. "É importantíssimo fazer o reconhecimento desse corpo", disse o comandante do Exército, general Mario Montoya.

Nenhum comentário: