terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Tarso não tem mais nada pra fazer

Quando o ex-banqueiro falido Salvatore Cacciola foi preso em Mônaco, o ministro da Justiça Tarso Genro ficou todo empolgado querendo traze-lo de volta para o Brasil. Não sei se realmente foi, mas noticiaram que Tarso queria ir até Mônaco pegar o banqueiro. Com o passar do tempo, o caso Cacciola voltou para o fundo do baú. Não sabemos se Tarso Genro foi mesmo para Mônaco e se ele ficou vermelho de vergonha quando a justiça de lá questionou os documentos enviados daqui do Brasil cuja tradução não era lá das melhores. Vai ver, Tarso só queria aproveitar para fazer uma visita às belas paisagens de Mônaco. Do que adianta ver aquela beleza toda quando a Fórmula 1 passa por lá uma vez a cada ano? Tem que ir lá pessoalmente, conferir tudo “in loco”. Sei lá eu se Tarso conseguiu alguma evolução na tentativa de trazer Cacciola de volta para o Brasil.
Agora, depois que a Folha de São Paulo publicou no domingo uma entrevista com um ex-agente do serviço de inteligência do Uruguai que afirmou que o ex-presidente João Goulart teria sido assassinado, Tarso quer rever o caso. Ele não deve ter muita coisa para fazer. A Justiça no Brasil está uma maravilha, não temos violência e esse negócio de traficante tocar o terror nas favelas e a polícia não conseguir conter o avanço dos marginais é tudo conversa da imprensa. Como não tinha mais nada para fazer, Tarso resolveu averiguar se o ex-presidente foi ou não foi assassinado.
Realmente é duro não ter nada pra fazer. Enquanto as nossas fronteiras ficam livres para o tráfico, enquanto policiais despreparados sobem os morros para enfrentar bandidos, enquanto a nossa Justiça continua mais lenta do que tartaruga, Tarso Genro quer investigar se Jango foi ou não foi assassinado. Sugiro a ele que investigue também os assassinatos de Celso Daniel e Toninho do PT, dois ex-cupanheros de partido que foram assassinados (isso mesmo, assassinados, não foi uma teoria da conspiração) e que até hoje ninguém sabe quem matou e quem mandou matar. São dois exemplos para Tarso Genro deixar de lado estas teorias da conspiração estúpidas e passar a cuidar de fatos concretos, de coisas reais. Além de Celso Daniel e Toninho do PT, várias outras pessoas são assassinadas, assaltadas e que precisam urgentemente do trabalho da Justiça. E a pasta da Justiça está sob o comando de Tarso Genro, um cara que não tem muita coisa pra fazer e, por isso, que vai para Mônaco passar vergonha diante da Justiça de lá com documentos traduzidos porcamente só para trazer de volta um ex-banqueiro fujão e ainda acredita em teoria da conspiração. O resto é conversa da imprensa.

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