terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Bush admite 'período de incerteza econômica', mas pede confiança

No Estado de São Paulo

Em seu último discurso sobre o Estado da União, o presidente George W. Bush procurou aliviar ontem as preocupações com a economia dos EUA. “Nossa economia está passando por um período de incerteza. À mesa das cozinhas por todo o nosso país, há preocupação sobre nosso futuro econômico”, admitiu ele no Congresso. Mas acrescentou: “No longo prazo, os americanos podem ter confiança em relação a nosso crescimento.”No discurso de pouco mais de 50 minutos, iniciado às 21h10 de ontem em Washington (0h10 de hoje em Brasília), Bush pediu que o Congresso torne permanentes os cortes de impostos promovidos em 2001 e 2003 e aprove rapidamente um pacote de US$ 150 bilhões anunciado na semana passada com o objetivo de evitar a recessão nos EUA - que sofrem com a alta do preço do petróleo e a crise das hipotecas. Em meio à corrida para as eleições presidenciais de novembro, Bush quer evitar ser culpado por um colapso econômico. Quando assumiu o cargo em 2001, ele herdou um país com superávit de US$ 236 bilhões. Seu sucessor herdará um Estado com déficit de US$ 3,5 trilhões. A renda média dos americanos, que cresceu US$ 6 mil de 1993 a 2001, caiu US$ 1 mil em 2007. Enfraquecido também pela guerra no Iraque, cada vez mais impopular, e enfrentando baixos índices de aprovação (cerca de 30%), Bush destacou que o reforço de tropas americanas iniciado em janeiro de 2007 no país do Golfo Pérsico deu resultado. “Nossos inimigos no Iraque têm sido duramente atingidos”, afirmou. “Alguns podem negar que o reforço esteja funcionando, mas entre os terroristas não há dúvida: a Al-Qaeda está batendo em retirada no Iraque, e esse inimigo será derrotado”, acrescentou, para os aplausos da bancada republicana.Bush reiterou a exigência de que o Irã abandone o enriquecimento de urânio e fez uma advertência direta “aos líderes” iranianos: “Saibam que os EUA enfrentarão quem quer que ameace as tropas americanas. Defenderemos nossos aliados e protegeremos nossos interesses vitais no Golfo.” Foi uma referência a um incidente ocorrido semanas atrás, quando, segundo os EUA, lanchas da guarda costeira iraniana teriam ameaçado navios americanos. Bush pediu ainda que o Congresso torne permanente um polêmico programa de espionagem interna que inclui a interceptação de telefonemas como parte do combate ao terrorismo.

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