terça-feira, 12 de maio de 2009

Em Israel, Bento XVI pede ''solução justa'' e ''terra'' para palestinos

Por Daniela Kresch
no Estadão

No primeiro de cinco dias de sua histórica visita a Israel e territórios palestinos, e apesar de medir cuidadosamente as palavras para não ferir suscetibilidades, o papa Bento XVI não deixou a política de lado. Assim que chegou a Tel-Aviv, o pontífice defendeu a continuação das negociações de paz entre israelenses e palestinos e o direito aos dois povos de ter sua terra - ou, em outras palavras, a criação de um Estado palestino convivendo pacificamente com Israel, ainda que não tivesse mencionado a palavra "Estado". "Apelo a todos para que explorem todas as possibilidade na busca de uma solução justa, apesar das consideráveis dificuldades, para que ambos os povos possam viver em paz em sua própria terra com segurança e fronteiras internacionalmente reconhecidas", disse Bento XVI em breve discurso diante da cúpula do governo israelense. "A esperança de inúmeros homens, mulheres e crianças de um futuro seguro e estável depende do resultado de negociações de paz entre israelenses e palestinos."Entre os ouvintes estava o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, que já se declarou contrário à criação imediata de um Estado palestino. Netanyahu apenas ouviu. Em negociações com o Vaticano, ficara decidido que apenas o presidente Shimon Peres falaria na chegada do papa. Peres, por sua vez, decidiu evitar abertamente falar de política. "Vejo sua visita à Terra Santa como uma importante missão espiritual", afirmou o presidente. "Uma missão com o objetivo de plantar sementes de tolerância e extirpar as ervas daninhas do fanatismo."A transformação da peregrinação do papa numa viagem política era o temor de Israel. Os organizadores têm tentado evitar que sua passagem pela região se transforme numa bandeira palestina contra a ocupação da Cisjordânia e o bloqueio econômico à Faixa de Gaza. Mas a política permeia a viagem. Leia mais aqui.

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