quarta-feira, 3 de junho de 2009

Procuradoria denuncia mulher de Paulinho

Por Fausto Macedo
no Estadão

A Procuradoria da República denunciou ontem à Justiça Federal Elza Pereira, mulher do deputado Paulinho da Força (PDT-SP), por crime de lavagem de dinheiro. Segundo a acusação, aditada a processo já em curso na 2ª Vara Criminal Federal de São Paulo, Elza permitiu a utilização de conta corrente da ONG Meu Guri, que ela preside, "para ocultar uma parcela dos valores desviados" de financiamentos concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O esquema foi descoberto em 2008 pela Operação Santa Tereza, que aponta suposto envolvimento do próprio deputado - alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal."Elza teve participação efetiva no crime de lavagem quando ficou constatado o uso da conta da Meu Guri para depósito de dinheiro destinado a financiamento concedido pelo BNDES", acusa a procuradora Adriana Scordamaglia.A quebra do sigilo bancário da ONG constatou um depósito de R$ 37,5 mil realizado pelo lobista João Pedro de Moura, ex-assessor de Paulinho e ex-conselheiro do BNDES. "Há uma similitude de datas e valores", disse Adriana. "Para a comprovação do crime de lavagem os documentos e provas que constam do inquérito policial foram suficientes para formação da convicção do Ministério Público Federal. A prova da materialidade foi constatada. Dinheiro ilícito na conta da Meu Guri."Também foi denunciado o ex-prefeito da Praia Grande Alberto Mourão (PSDB), por corrupção passiva e peculato. Diálogos interceptados com autorização judicial revelam que Mourão participou de reuniões com Moura e teria autorizado desvio de 2% sobre R$ 130 milhões, verba do BNDES para um empreendimento da Praia Grande.A procuradora cita o advogado Ricardo Tosto, ex-conselheiro do BNDES, por lavagem. Mas ela admitiu que não identificou ligações de funcionários da instituição com o grupo denunciado. Os desvios teriam ocorrido depois que o dinheiro foi liberado. "Estes mesmos fatos já são objeto de processo na 2ª Vara Federal há mais de um ano", reagiu o advogado Maurício Leite, que defende Tosto. "Considero um absurdo jurídico abrir mais um processo com a mesma alegação anterior, sem nenhum fato ou prova nova. Isto é requentar aquilo que já está no processo. Tosto é referência da advocacia, jamais participaria de qualquer tipo de irregularidade." Leia mais aqui.

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