quarta-feira, 15 de abril de 2009

Deputado paga passagens para artistas com verba da Câmara

Por Luciana Nunes Leal
no Estadão

Diante de um festival de viagens patrocinadas com verba pública pelo deputado Fábio Faria (PMN-RN) para ex-namorada, ex-sogra, artistas e amigos - num total de 12 pessoas -, o comando da Câmara reagiu ontem com quase indiferença. O presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), chegou a dizer que o dinheiro gasto só seria devolvido aos cofres públicos se o deputado assim quisesse."Eu disse a ele: ?A cota é sua. Se achar (o uso da cota) legal, justifique. Se não é adequado, trate de devolver. A Câmara não pode ter prejuízo com o que você eventualmente considere errado. Ele tem de responder. Se achar que deve devolver, devolverá", afirmou Temer.O terceiro-secretário da Câmara, Odair Cunha (PT-MG), responsável pela distribuição das cotas, disse que a Mesa não vai discutir novas regras. "Esse é um tema encerrado na Mesa. O parlamentar é responsável pelo gasto. Não vamos voltar à Mesa com esse assunto. A regra não vai mudar. Quem agir errado vai ser responsabilizado", disse o petista.Mas a gravidade da atitude de Faria poderá levá-lo à corregedoria da Câmara para responder a processo por quebra de decoro parlamentar. O pedido de apuração pode partir de um deputado, um partido ou do presidente da Câmara.Com as cotas a que tem direito, Faria comprou sete passagens para a ex-namorada Adriane Galisteu, apresentadora de TV, viajar para Natal, entre 2007 e 2008. Também pagou duas viagens aos EUA: uma para a mãe de Adriane, Emma, e outra para um amigo da família, Cláudio Torelli. Além disso, usou o recurso para levar três artistas da TV Globo - Kayky Brito, Sthefany Brito e Samara Felippo - como convidados de seu camarote no "carnatal", o carnaval fora de época de Natal, em dezembro de 2007.O deputado é um dos sócios do camarote Athlética, famoso por reunir celebridades no "carnatal". Esse fato foi considerado agravante por integrantes da Mesa Diretora, já que as passagens pagas com recurso público serviram para atividade privada e lucrativa do deputado. Leia mais aqui.

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