sexta-feira, 22 de agosto de 2008

PSDB nacional pede ataques de Alckmin a Marta

Por Ana Paula Scinocca e Silvia Amorim
no Estadão

A direção nacional do PSDB e o comando de campanha do candidato do partido à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, têm discordado em relação à estratégia política adotada até aqui. Enquanto os principais nomes do partido pedem que os tucanos deixem de gastar energia com brigas com o ex-aliado do DEM, o prefeito Gilberto Kassab, e centrem foco na principal adversária de Alckmin, a ex-ministra Marta Suplicy (PT), o núcleo da campanha na capital paulista insiste que não é hora de polemizar.Na última pesquisa Ibope contratada pelo Estado e pela TV Globo, o tucano caiu 5 pontos porcentuais, enquanto Marta subiu 7, abrindo 15 pontos de vantagem."Sinto que toda a energia gasta na discussão de dois palanques (Alckmin e Kassab) foi desperdiçada. Ela (a discussão) não interessa à população e é negativa para nós. Temos que pensar é na estratégia certa para enfrentar a Marta", defendeu ontem o presidente nacional do PSDB, o senador pernambucano Sérgio Guerra. Na outra ponta, o coordenador da campanha de Alckmin, deputado Edson Aparecido, não vê motivo para mudança nos rumos da campanha. Com a experiência de quem coordenou a campanha vitoriosa de José Serra para a prefeitura, em 2004, Aparecido diz que o tom adotado deve ser mantido. "A campanha está no rumo correto, e apenas começando. Trata-se de uma maratona, e não uma corrida de 100 metros", avalia ele.A preocupação da campanha de Alckmin em polarizar agora com Marta é parecer demais com Kassab. Na opinião dos alckmistas, as pesquisas de intenção de voto vêm mostrando que o estilo ofensivo de Kassab não tem se revertido em votos. O comando da campanha já decidiu que uma subida de tom no discurso, com um enfrentamento direto com a petista, acontecerá somente no segundo turno. Em um recado aos tucanos descontentes e que pedem uma polarização com o PT já no primeiro turno, Alckmin avisou ontem que vai insistir no discurso propositivo, sem ataques. Disse que a estratégia adotada "não é empírica" e que tudo está "sob controle"."Sempre que você fala do adversário, você está fazendo promoção dele. Isso é básico em política", advertiu. "Então, podem falar de mim à vontade. Eu não vou falar dos outros porque eu não vou fazer propaganda dos concorrentes", emendou, ao sair da sabatina promovida pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).Mas, na contramão do próprio discurso, Alckmin ironizou a postura adotada por Kassab neste início de eleição. "Falar do adversário é bom caminho para perder a eleição. Geralmente quem fala mal dos outros é porque não tem propostas." À noite, Alckmin assistiu à missa celebrada por padre Marcelo, no Santuário Terço Bizantino, na zona sul.

Nenhum comentário: