sábado, 23 de agosto de 2008

Parlamentares buscam "jeitinho"

Por Márcio Falcão
no Jornal do Brasil

Pelos corredores do Senado e da Câmara, parlamentares começaram, ontem, a articular uma saída para escapar da decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o nepotismo nos três poderes. Defendem uma espécie sistema de cotas. Querem garantir o mesmo direito que foi assegurado a ministros de Estado, secretários estaduais, municipais e do Distrito Federal para empregar parentes em cargos de confiança. Os presidentes da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), dizem que vai ser preciso demitir. A proposta, que desde quarta-feira, quando a Suprema Corte restringiu a contratação de parentes de terceiro grau, era assunto do chamado cafezinho dos parlamentares, ganhou os holofotes. O senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) assumiu a paternidade. Com três familiares trabalhando em seus escritórios de Brasília e Boa Vista ­ e, que segundo o senador, serão demitidos ­ o petebista acredita que o Legislativo poderia colocar em votação um projeto estabelecendo uma diferença entre cargos políticos e técnicos para os assessores dos gabinetes. Os parentes seriam as indicações políticas. O percentual da cota, no entanto, parlamentares ainda não arriscaram, mas falam em algo em torno de 10% dos cargos. Hoje, o número de parentes empregados no Congresso, no governo e no Judiciário é um mistério. Na Câmara, como o JB publicou na edição de ontem, há pelo menos 30 casos de nepotismo ou nepotismo cruzado. - É preciso acabar com abusos, e há demais - afirma Mozarildo. Tem gente que contrata a família

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