quinta-feira, 10 de julho de 2008

Irã testa mísseis de longo alcance

No Estado de São Paulo com agências internacionais

O Irã testou ontem nove mísseis de médio e longo alcance perto do Estreito de Ormuz, uma pequena faixa de água por onde passa 40% do suprimento de petróleo do mundo. Teerã vem reiteradamente ameaçando fechar o estreito e os testes provocaram um aumento de US$ 2 no preço do barril de petróleo. O Irã também advertiu EUA e Israel de que está pronto para retaliar se for atacado por causa de seu polêmico programa nuclear. Israel - situado a mil quilômetros da fronteira iraniana - e muitas bases militares dos EUA no Oriente Médio poderiam ser atingidos por alguns dos mísseis testados ontem pela Guarda Revolucionária, entre eles o Shahab-3, de 2 mil quilômetros de alcance.Segundo o general Hossein Salami, comandante da força aérea da Guarda Revolucionária, os testes tiveram como objetivo "mostrar nossa determinação e poder contra os inimigos, que nas últimas semanas ameaçaram o Irã com uma linguagem dura". Os EUA dizem que buscam resolver pela via diplomática a disputa sobre o programa nuclear iraniano, mas todas as opções estão sobre a mesa. Israel, por sua vez, indicou recentemente que poderia atacar as instalações nucleares do Irã.O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, declarou ontem que os EUA não estão perto de um confronto com o Irã. Mas ele e a secretária americana de Estado, Condoleezza Rice, disseram que os testes de mísseis provam que o Irã é uma ameaça e destacaram a necessidade de um sistema de defesa antimísseis no Leste Europeu - ao qual a Rússia se opõe.Especialistas militares russos deram pouca importância aos testes do Irã, afirmando que o país levará entre oito e dez anos para obter mísseis balísticos intercontinentais. "Estamos certos de que a indústria iraniana não está pronta para produzir os mísseis intercontinentais, contra os quais os EUA estão instalando um sistema de defesa na Polônia e na República Checa", declarou o general da reserva Victor Yesin.A Casa Branca alertou que o Irã deve "abster-se de fazer mais testes de mísseis se realmente busca conquistar a confiança do mundo". O subsecretário de Estado William Burns disse à Comissão de Assuntos Exteriores da Câmara que o Irã obteve apenas um "modesto" avanço em seu programa nuclear, afetado pelas sanções da ONU.Em Jerusalém, Mark Reguev, porta-voz do premiê Ehud Olmert, disse que "Israel não busca a guerra nem hostilidades com o Irã". No entanto, ele afirmou que ninguém na comunidade internacional deveria ser indiferente aos programas nuclear e de mísseis balísticos do Irã.A França recebeu com "preocupação" os testes, enquanto a Grã-Bretanha disse que eles "só reforçam a inquietação sobre as intenções do Irã". A Alemanha lamentou que o Irã tenha respondido com um gesto de "má-vontade" a uma oferta de incentivos econômicos para suspender o enriquecimento de urânio.
OS CANDIDATOS E O IRÃ
Obama: O democrata reconhecei que o Irã é uma ameaça para a região, mas afirma que uma diplomacia direta com os líderes iranianos daria ao governo dos EUA maior credibilidade para pressionar por sanções internacionais mais duras. Se opôs à votação no Congresso que declarou a Guarda Revolucionária do Irã uma organização terrorista. Segundo ele, isso pode servir de pretexto para um ataque militarMcCain: O candidato republicano diz que um ataque militar talvez seja necessário porque, de acordo com ele, só há uma coisa pior do que uma guerra contra o Irã: um governo iraniano com armas nucleares. McCain também defende sanções econômicas mais duras e se opõe veementemente à idéia de uma diplomacia ativa e do diálogo de alto nível com o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad

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