sábado, 26 de abril de 2008

Franklin Martins, o rebelde

Franklin Martins não deixou apagar a chama revolucionária que incendiou seu espírito na década de 1960. Quem imaginava que aquele comentarista político da Rede Globo seria apenas um comentarista da Rede Globo se enganou. Depois que levou um pé na bunda da Globo, Franklin foi para a TV Bandeirantes. Dali foi para o governo ser secretário de Comunicação Social. A ida de Franklin Martins para o governo Lula só reforçou a tese apresentada por Diogo Mainardi num artigo que mostrava as ligações estreitas entre o rebelde jornalista e o lulismo.
Leio hoje na Folha de São Paulo que Franklin Martins disse que há uma concentração de meios de comunicação nas mãos de algumas empresas. Seria uma destas empresas a Rede Globo, aquela que deu um chute na bunda dele? Vemos o Franklin rebelde, revolucionário, querendo “tocar o terror” como se dizia na época em que ele era o jovem revolucionário querendo implantar a ditadura comunista no Brasil na década de 1960. Temos que trabalhar para diminuir a concentração que existe de meios de comunicação dos mesmos grupos, que mantêm rádios, TVs e jornais. A propriedade é totalmente cruzada e vamos ter que discutir isso, se existe uma forma para descentralizar. Não sei se existe, disse Franklin Martins durante o Congresso Nacional de Comunicação do PT. Fico aqui pensando por que Franklin Martins não disse isso na cara da família Marinho quando trabalhava na Globo? Porque Franklin Martins não tinha poder de fato. Era só um funcionário que batia o ponto e comentava os fatos políticos. Depois que deram um chute na sua bunda, depois que Diogo Mainardi revelou suas relações com o governo, Franklin ficou irado. A chama revolucionária novamente tomou conta do seu espírito. É aí que mora o perigo. Ele tem poder de fato. Ele é secretário de Lula. Ele bate ponto no Palácio do Planalto. Quando a esquerda fala em “democratizar os meios de comunicação” eu fico preocupado. Sabemos a tentação autoritária da esquerda. Sabemos da sua vontade de implantar o pensamento único, de formar emissoras de televisão, rádio e jornal que compactuam com o governo. Será que vamos deixar a chama revolucionária de Franklin Martins “tocar o terror” nas comunicações do Brasil? Precisamos sempre lembrar que ele é secretário de Comunicação Social de Lula. Ele tem poder de fato. Cuidado com Franklin Martins. Ele não é mais aquele comentarista político que esperava a deixa do âncora do telejornal para destilar sua opinião. Ele tem a caneta na mão e está sentado muito perto de Lula. Quando ele fala em “democratizar os meios de comunicação” é porque ele tem muita vontade de fazer isso. E isso só é bom para os revolucionários rebeldes como Franklin Martins e péssimo para o Brasil.

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