sábado, 23 de maio de 2009

Melhor uma governadora nas mãos

Por Igor Paulin
na Veja

A governadora gaúcha, Yeda Crusius, do PSDB, está conseguindo evitar que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul instale uma CPI para apurar indícios, revelados por VEJA, de que sua campanha ao governo foi abastecida com recursos de caixa dois. Até sexta-feira da semana passada, só dezesseis deputados haviam assinado o requerimento da CPI – três a menos do que o necessário. É provável que a comissão jamais seja instalada. Não pelo apoio que a governadora angariou, mas porque é mais conveniente para muitos políticos do estado. Os partidos que a sustentam – e mesmo parte da oposição – preferem que Yeda se mantenha fragilizada no cargo. Assim, ela seria obrigada a apoiar um aliado à sua sucessão, em 2010. Tudo indica que esse candidato será o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, do PMDB. O cenário agrada ao PSDB nacional, que está mais preocupado em garantir o apoio do PMDB a seu candidato a presidente, o governador paulista José Serra.
Esses cálculos quase foram por terra na quinta-feira passada, depois que aliados mais afoitos de Yeda na Assembleia pediram o impeachment do vice-governador Paulo Feijó, do DEM. Feijó rompeu com a governadora ainda durante a campanha eleitoral de 2006 e é acusado de usar o cargo para celebrar um contrato entre uma de suas empresas e uma universidade local. O vice alega que a universidade é privada e, por esse motivo, não cometeu nenhuma irregularidade. O pedido de impeachment levou dois deputados ligados a Feijó a engrossar o coro a favor da CPI, e a comissão quase foi viabilizada. Para impedir a sua instalação, os assessores de Yeda pressionaram até prefeitos.
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