terça-feira, 7 de abril de 2009

Reforma política precede custeio público de campanha, diz Mendes

Por Alexandre Rodrigues
no Estadão

A discussão sobre o financiamento público de campanha, reaberta com a investigação das doações da construtora Camargo Corrêa pela Polícia Federal, na Operação Castelo de Areia, não pode ser feita antes da reforma política. A tese foi defendida ontem pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, em palestra para diplomatas sul-americanos no Palácio do Itamaraty, no Rio. Para ele, sem alterar o voto proporcional, o fim das contribuições privadas não acabaria com o caixa 2, dada a autonomia dos candidatos em relação aos partidos e as dificuldades de fiscalização."Teríamos mais gastos e não se conseguiria evitar recursos privados não declarados nas campanhas num país continental", disse ele, respondendo a perguntas dos diplomatas sobre o sistema político brasileiro e a missão de controle constitucional do STF. "Para definir qual será o modelo de financiamento, temos de definir qual será o modelo político-eleitoral."Para Mendes, o financiamento público pressupõe voto em lista ou algum tipo de reforma intermediária, de modo que os partidos concentrem os recursos. "Sabemos o que não queremos, mas ainda não sabemos o que queremos", frisou. Ele explicou que o impasse sobre a reforma política se deve, em boa parte, ao fato de ser tarefa dos próprios interessados, que se perdem em "cálculos políticos". Leia mais aqui.

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