quarta-feira, 30 de julho de 2008

Lembranças

Gilberto Gil deve realmente deixar o Ministério da Cultura. Ele deve se reunir com Lula daqui a pouco. É preferível cantar por aí a ouvir reclamações de intelekituwayways pedindo mais verbas para as suas produções. Literalmente Gil vai colocar a viola na sacola.
A saída dele me faz lembrar a posse de Lula em janeiro de 2003. Ah, meus 19 anos que não voltam mais. Votei em Lula nos dois turnos das eleições de 2002. Sim, eu me arrependo. Sim, é por isso que eu pego ainda mais nos pés dos petralhas.
A posse de Lula foi tratada como se fosse a realização de um sonho. Parecia que a partir do momento que o metalúrgico do ABC terminasse de subir a rampa do Palácio do Planalto tudo estaria mudado, o Brasil nunca mais seria o mesmo.
Eu estava em Marília, interior de São Paulo, visitando alguns parentes. Na tarde do dia 1º de janeiro de 2003 eu estava assistindo à TV Globo e emocionado com a posse de Lula. Eu, com os meus 19 anos, estava eufórico. Eu fazia parte dos milhões de bobocas que imaginaram que Lula mudaria tudo que estava ali.
José Dirceu era o novo ministro da Casa Civil. Dilma Rousseff foi para a pasta de Minas e Energia. Os rebeldes de 1968 chegavam ao poder. E os bobocas assistiam a tudo aquilo abestalhadamente. Gilberto Gil era um dos rebeldes de 1968. Ele e Caetano Veloso lideraram a Tropicália no referido ano. Dois mil e três era a realização do sonho de 68.
Ainda bem que eu acordei a tempo. Menos de um ano depois da posse de Lula eu acordei e vi que os petralhas não eram aquelas almas bondosas que pintavam de colorido as campanhas do PT. Acordei bem antes do primeiro escândalo sacudir a sala de Lula: o escândalo Valdomiro Diniz.
A saída de Gilberto Gil do Ministério da Cultura me fez lembrar dessas coisas. O sonho acabou mesmo. Gil vai cantar por aí e vai ganhar muito mais do que ganhava no ministério. Os rebeldes ganham dinheiro com as suas rebeldias e os bobocas ainda caem no conto de que o sonho não acabou e o que está lá em Brasília é a realização das vontades de José Dirceu, Dilma Rousseff e Gilberto Gil idealizadas em 1968. Ah, os bobocas... Talvez nem acordem!

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