sexta-feira, 3 de julho de 2009

Espírito de autoproteção livrou Edmar da cassação, diz relator

Na Folha

O deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), relator que pediu a cassação do deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, disse ontem que a rejeição de seu parecer mostrou que "o espírito de corpo, de autoproteção, falou mais alto que o interesse público da instituição".Anteontem, por 9 votos a 4 e uma abstenção, o conselho livrou Edmar da cassação. Ele é dono de um castelo avaliado em cerca de R$ 25 milhões em Minas Gerais e usou notas de suas próprias empresas de segurança para justificar gastos de R$ 230,6 mil, entre 2007 e 2008, com verba indenizatória.De acordo com Fonteles, "a ideia da sobrevivência de mandato faz com que a luta da permanência no poder force o espírito de corpo para não ser rigoroso com o interesse público numa hora dessa". Ele defende, porém, que os deputados mantenham a possibilidade de avaliar seus pares no conselho.Ao assumir a corregedoria da Casa, em fevereiro, cargo ao qual renunciou, Edmar propôs o fim dos julgamentos pela própria Casa. Afirmou, então, que deputados não têm "poder de polícia" e que o "espírito de corpo" e a "fraternidade entre os colegas" tiram a condição dos deputados de fazerem julgamentos de quebra de decoro.Para ter maior "liberdade de pensar e decidir", o conselho deveria ser reformado, afirmou Fonteles, aumentando o número de membros de 14 para 25 deputados, o que diminuiria "risco de acordo de amizade".Segundo ele, a rejeição da pena da cassação deixou arranhada a imagem do conselho. "Temos que reconhecer que [o conselho] está atravessando dificuldades." Leia mais aqui.

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